sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Trabalhadores da LMG paralisam atividades

Enviado pelo jornalista Sérgio Homrich

No início da tarde de hoje, os mais de 150 trabalhadores retornaram ao trabalho, mantendo o estado de greve
Os trabalhadores da LMG Roupas Ltda, em sua maioria costureiras, paralisaram parcialmente as atividades na empresa do setor do Vestuário, na manhã de hoje (22), em virtude dos baixos salários e, especialmente, devido à prática contumaz de assédio moral praticado pelas chefias e prepostos. O movimento começou dentro da própria empresa, contando com o apoio e orientação do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário e sua assessoria jurídica. No início da tarde, representantes da empresa receberam uma comissão formada por cinco trabalhadores da LMG, mais o presidente do STIVestuário, Gildo Antônio Alves e os assessores jurídicos, advogados Cláudio e Cleverson Selhorst, onde ficou acordado o compromisso de mudar as relações de trabalho dentro da empresa. Os mais de 150 trabalhadores decidiram, então, retornar ao trabalho, mantendo o Estado de Greve, até que a situação se resolva. "Os trabalhadores deram um voto de confiança à empresa", disse Gildo Alves, logo após a assembleia realizada na frente do portão principal da LMG, às margens da BR-280.
Pela manhã, a adesão dos trabalhadores à paralisação foi tomando corpo. Cada trabalhador que aderia ao movimento era aplaudido pelos demais companheiros. Antes do meio-dia já eram mais de 150 trabalhadores parados defronte ao portão de acesso à empresa e todos assinaram a lista de presenças, por solicitação do Sindicato.  Os trabalhadores reclamam, entre outros motivos, da "prática de baixos salários; do tratamento com rigor excessivo, principalmente pelas chefias dos setores de costura, corte e manutenção; da exigência de produção excessiva; restrição e controle de uso de sanitários; prática de assédio moral; exigência de realização de horas extras, sob pena de represália; aplicação de advertência e suspensão sem motivo específico; falta de exaustão de ar no setor de costura; obrigação da aquisição por parte do empregado de EPIs, como guarda-pó, calça e sapatão; exigência de entrega de atestados médicos antes do primeiro dia de retorno ao trabalho; falta de atendimento médico no ambulatório e não aceitação de atestados médicos".
As reclamações contra o assédio moral predominam. "Não valorizam a gente, quanto mais você faz, mais eles querem", reclamou a costureira F.A.. "O salário é pago certo, temos convênio, plano de saúde, mas o relacionamento humano é difícil, aqui a gente trabalha sob ameaça constante", criticou a costureira A.P., 7 anos de trabalho na LMG. "Humilham, fazem a pessoa se sentir um lixo", emenda a costureira M.C.F, quatro anos de empresa. O presidente do STIVestuário advertiu que "o tratamento desumano dentro da empresa tem que acabar" e adiantou que "O Sindicato estará ao lado dos trabalhadores até que essa situação se resolva". Gildo Alves reclamou ainda dos baixos salários pagos pela empresa e, regra geral, pela quase totalidade das empresas do setor do vestuário de Jaraguá do Sul e Região, o que tem provocado, inclusive, o aumento dos pedidos de demissão, na categoria.

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