quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A vida do trabalhador como ela é


 
Recentemente trabalhadores de grandes empresas de Jaraguá do Sul se revoltaram com o tratamento recebido dos chefes, encarregados, gerentes, supervisores e fizeram greve. A paralisação, apesar de curta, serviu para mostrar à sociedade os graves problemas enfrentados pelos trabalhadores e trabalhadoras no ambiente de trabalho. O assédio moral é a mais nova realidade do setor vestuarista da microrregião. Além disso, os trabalhadores vivem as conseqüências dos baixos salários e das péssimas condições no ambiente de trabalho.
 
O Sindicato, já há alguns anos, tem alertado às empresas sobre a necessidade de qualificar as gerências para a função que ocupam, pois, quando um trabalhador é desrespeitado e humilhado constantemente por um chefe, o fato pode gerar indenização por dano moral, causando um transtorno desnecessário ao patrão. Assédio moral é uma prática antiga nas relações de trabalho, mas está sendo combatida com determinação pelo movimento sindical.
 
Já é do conhecimento da população que o assédio moral deixa as vítimas doentes, física e mentalmente, e os prejuízos são muitos e de todos. As degradantes condições do ambiente de trabalho também fazem parte do dia a dia do trabalhador. Os trabalhadores denunciam o calor excessivo minimizado apenas com ventiladores, água morna para beber, poeira, barulho, proibição de ir ao banheiro, não aceitação de atestados médicos, obrigação de trabalhar aos sábados, produção acima das condições físicas e, como se não bastasse, humilhações, xingamentos, deboches e até castigo no canto da parede.
 
E tudo isso em pleno século 21. Os mesmos problemas do início da industrialização ainda presentes. A diferença é que agora as empresas faturam e lucram como nunca antes na história do capital e do trabalho no país. O que a gente se pergunta é: até quando a corda aguenta sem arrebentar? O ano de 2013 começou tenso, com um expressivo número de pedidos de demissões, decorrentes dos baixos salários pagos aos trabalhadores do setor. Quem não saiu decidiu reagir diante de tanta injustiça e violação de direitos humanos e trabalhistas.
 
Gildo Antônio Alves
Presidente do STIVestuário de Jaraguá do Sul e Região

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