sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A despedida vergonhosa de Barack Obomba

Beto Almeida, na Carta Maior

postado em: 19/01/2017
O fim do mandato de Barack Obama tem sido motivo para repetidos balanços  de sua gestão, fartos na mídia, quase todos coincidindo num olhar benevolente sobre o seu período, como que a contrastar com o mandato de Donald Trump que se inicia, para o qual a grande mídia oligopolizada, derrotada em seu intento de eleger Clinton para dar continuidade a uma política que favorecia a industria da guerra e ao rentismo,  já tem plena autorização até para debochar do empresário eleito presidente.  Nunca um presidente norte-americano foi tratado com tamanho deboche e achincalhe como o que os meios de comunicação, até mesmo nas semi-colônias, como aqui se vê pela linha editorial da Globo, foi tão crítica, mordaz e aparentemente “independente”, como agora em relação a Trump.

Por isso mesmo, o  primeiro a ser questionado é a veneração que a mídia oligopolizada mundial  dedica ao Prêmio Nobel da Paz, Barack Obama, já em que seu mandato foram multiplicadas as ações guerreiras dos EUA, os orçamentos para a indústria bélica, em detrimento da indústria em geral, sem que se tenha visto, em contrapartida, uma única assinatura de um acordo de paz, que justificasse aquele prêmio.  Barack Obama, com a participação de Hillary Clinton, à frente de um ministério composto por ex-membros dos governos Clinton e Bush,  levou ao extremo uma política de desprezo por qualquer acordo com a Rússia, chegando ao cúmulo de estimular uma guerra na Geórgia , vencida pelo governo de Moscou, e um sangrento e fascista golpe de estado na Ucrânia,  com enorme perda de vidas, isso sim uma interferência ilegal em outro país, além de uma  escalada sem precedentes nas tensões contra os governos de Putin e de Medvedev.

Obama foi muito mais  além nesta agenda negativa escondida pela mídia. Como Prêmio Nobel da Paz descumpriu ,oficialmente, acordos em torno de mísseis balísticos, dando seguimento à política de confronto de George W Bush, porém  superando aquele  demente que quase levou o mundo ao precipício da guerra nuclear.  A retirada parcial de contingentes militares dos EUA do Iraque, foi substituída pelo apoio à formação de dispositivos militares terceirizados, tal como reconheceu a Secretária Hillary Clinton, confessando a participação direta dos EUA na formação da Al Qaeda. Talvez isto ajude a explicar porque o corpo do declarado morto, Bin Laden, nunca apareceu.....
Obama , crescimento e concentração.

Para  aqueles que, afrontando a necessidade de contextualização,pretendem  apresentar o período de Obama como de um êxito econômico,  citando a recuperação de um nível de crescimento anual em torno de 3 por cento na economia dos EUA,  recomenda-se  confrontar  o resultado   a crise financeira de 2008 resultou em muito maior concentração econômica, com o estado salvando grandes bancos e empresas, tendo talvez , como um único preso, o financista Maddof, empresário que teria lesado toda a Wall Street, sendo muito mais um atestado de uma fraude sistemática , e admitida,  a forma de funcionar do sistema de finanças daquele país, do que na realidade um exemplo de punição. A recuperação de segmentos da economia, sobretudo aqueles vinculados à economia de guerra,  contrastam com o crescimento do desemprego, com a queda dos salários, com o empobrecimento generalizado da população, resultado tão negativo na Era Obama que foi um dos fatores que pesou na própria derrota eleitoral de Clinton para Trump.

Destruição econômica criminosa

Os analistas que se dobram ante estas descontextualizadas taxas de  crescimento econômico dos últimos anos do governo Obama, não se referem nunca à destruição causada pelas guerras levadas à frente pelo Prêmio Nobel da Paz contra a Líbia, a Síria, o Afeganistão, o Iraque (a retirada parcial de tropas , não representou o fim da intervenção militar naquele país).  No caso da Líbia, a pequena recuperação da economia dos Eua é o oposto da destruição da economia líbia, país que oferecia os mais elevados indicadores de IDH da África, com saúde, educação, habitação gratuitas, renda per capita muito elevada e um salário mínimo que alcançava a 1300 dólares. Nestes casos,  os que a mídia registra como custa da guerra, é na verdade, um sanguinário lucro das empresas de guerra.
É interessante notar que entre os  tantos os que querem fazer louvações aos supostos logros econômicos de Obama,  encontram-se segmentos progressistas, como o Movimento Negro no Brasil, e uma parte da esquerda européia, que silenciaram ante a ocupação militar à Líbia, comandada por Obama, que  promoveu um bombardeio  ininterrupto de 166 dias àquele países que não era nenhuma ameaça para os EUA, ou a França, ou a Inglaterra.  

A Gargalhada macabra de Hillary Clinton
No caso da Síria, as estatísticas que a mídia oligpolizada escondem, apontam que a ilegal intenção do vergonhoso Prêmio Nobel da Paz , transformada em demolição de toda a infra-estrutura da progressista nação árabe, com vistas a derrubar seu presidente,  somou o lançamento de 26 mil bombas sobre aquele povo durante 4 anos. Nos casos, Líbia e Síria, os países imperialistas inventaram pretextos, nunca provados, para levar a ONU a vexaminosa, como sempre, posição de hipócrita destruição de países. No caso da Síria, resulta inesquecível a gargalhada macabra de Hillary Clinton a ver a foto do cadáver de Moamar Kadafi......Mas, a imagem que a mídia busca demolir hoje, não é e nunca foi a da candidata derrotada, mas a de Trump.
Líbia e Síria: alertas ao Brasil
Certamente, estas duas tragédias devem servir de alertas para os militares brasileiros, responsáveis por garantir a soberania sobre igualmente farto petróleo brasileiro, além de outras riquezas , como o nióbio,  pois, ficou provado que diante de qualquer resistência, os países otanistas se unem para submeter ,a qualquer custo, os países que  se opõem aos sinistros planos de dominação planetária, como os cultivados pelo falso Prêmio Nobel da Paz. Se contra  países pequenos como a Síria e a Líbia, organizaram gigantescas operações militares  de dominação e rapina,  pode-se imaginar a envergadura dos planos que já devem possuir contra um país-continente como o Brasil. O que explicaria a intenção do golpista Temer em paralisar projetos  brasileiros de  defesa e deixar ser estraçalhada a engenharia nacional.

Mas, devem  também fazer parte de qualquer avaliação do período Obama, quando pela primeira um negro freqüentou a Casa Branca não como serviçal,  que foi em seu período que mais cresceram as ajudas militares e financeiras dos EUA para Israel,  apesar do aparente desentendimento entre os dois governos. Além disso  , o presidente negro teria autorizado um total de 1214 ataques de drones contra povos muçulmanos, verdadeiras execuções de inocentes, penas de morte voadoras, sem julgamento, sem condenação , sem investigação,  totalmente ilegais e injustificáveis,ou seja, nada que o fizesse merecer o tal Prêmio de Oslo. Estes cálculos deveriam fazer parte das avaliações do Movimento Negro no Brasil....

Obama se vai, a Revolução Bolivariana continua

Para fechar qualquer balanço de Obama, deve-se fazer menção à declaração recente de seu insuspeito Secretário de Estado, John Kerry,  informando que “ Obama apoiou o Estado Islâmico na intenção de que a sua atuação na Síria ajudasse na derrubada do Presidente Assad, mas, a Rússia entrou na cena e frustrou nossos planos”.  Não é um blog de esquerda quem diz isto, é o próprio Secretário de Estado, falando de seu presidente!!!! Ademais, abundam as provas que de este instrumento de terror internacional, o Estado Islâmico, possui apoio financeiro, material e  assessoria militar formal e direta dos EUA. Este é o fruto da gestão do Prêmio Nobel da Paz, Barack Obomba.

Para finalizar, Obama não descartou fazer uso dos expedientes imperiais de sempre contra países da América Latina, entre outros a espionagem, que atingiu até mesmo Dilma e a Petrobrás, como também o apoio às ações de desestabilização e golpe, aplicadas contra governos democráticos  do Brasil, do Paraguai e de Honduras. Além disso,  jamais descansou na intenção de fazer fracassar a Revolução Bolivariana, declarando a Venezuela, por decreto presidencial, “uma ameaça extraordinária aos EUA”. Só se for por seu exemplo moral, de ser um país que jamais agrediu qualquer outro país, de possuir um governo que edificou um sistema justo de educação pública e gratuita, eliminando o analfabetismo, e um sistema de saúde de causar inveja aos EUA, onde quem não puder pagar, fica de fora dos hospitais. Pois bem, apesar de 8 anos de sistemática e ilegal sabotagem de Obomba,  a Revolução Boliivariana segue em frente, apoiada na exemplar união cívico  militar, enquanto o decreto do falso Prêmio Nobel da Paz  segue como marca de um mandatário que não conseguiu sequer assinar um único acordo de paz!





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