Por Leandro Fortes
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A Umanizzare Gestão Prisional Privada, empresa responsável pelo
presídio privado onde ocorreu o recente massacre de presos, em Manaus,
mantém um lobista de plantão no Congresso Nacional: o deputado Silas
Câmara, do PSD do Amazonas.
Em 2014, ela doou R$ 200 mil para a campanha a deputado federal de Silas.
Expoente da chamada "bancada da bala", Silas foi um dos 43
parlamentares responsáveis, na Comissão de Constituição e Justiça da
Câmara dos Deputados, pela aprovação da admissibilidade da PEC 171/1993 -
que prevê a redução da maioridade penal para 16 anos.
Ou seja, o nobre parlamentar trabalha para garantir carne fresca para
os presídios privados da Umanizzare - ao todo, seis, no Amazonas, e
dois, em Tocantins.
Também em 2014, a esposa de Silas, a bispa da Assembleia de Deus
Antônia Lúcia Câmara (PSC-AC), candidata a deputada federal, recebeu R$
400 mil da Umanizzare.
No mesmo ano, a filha do casal, Gabriela Ramos Câmara (PTC-AC), então candidata a deputada estadual, recebeu R$ 150 mil.
Então, apenas com a família Câmara, a Umanizzare investiu nada menos que R$ 750 mil!
Detalhe: ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Silas
Câmara a oito anos de prisão por uso de documento falso e falsidade
ideológica. Ele só não está em cana porque o crime prescreveu antes da
condenação.
A bispa Antônia Lucia, mulher de Silas, eleita deputada federal em
2010, foi cassada, em 2011, também por falsidade ideológica, formação de
caixa dois e compra de votos, no Acre.
Ela é do mesmo partido de Marco Feliciano e Jair Messias Bolsonaro.
É esse o nível dos políticos que estão por trás dos interesses do bilionário negócio de presídios privados, no Brasil.
E estão todos com as mãos sujas de sangue, impunemente, pelo menos até agora.
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