domingo, 29 de janeiro de 2017

Destino do Brasil será decidido em duas eleições no Congresso


por J. Carlos de Assis, no jornal GGN

Dentro de três dias a partir deste sábado os eventos políticos no Congresso Nacional determinarão o destino do Brasil nos próximos seis anos no mínimo. Os parlamentares não estarão simplesmente elegendo os presidentes da Câmara e do Senado. Estarão elegendo, sim, além dos futuros ocupantes desses cargos, os políticos que estarão investidos também da prerrogativa constitucional de comandar  a escolha do sucessor de Michel Temer em eleição indireta, com uma posição influente também na sucessão deste em 2018.
Creio que pouca gente no Brasil acredita que Temer se sustente por mais do que apenas  algumas semanas. Seu Governo é inacreditavelmente ruim. Estamos com uma contração na economia da ordem de 9% em dois anos até 2016 e caminhando mais 3% negativos ou mais em 2017. O desemprego caminha para entrar na faixa inédita de 15% com perspectiva de chegar a 20% no fim do ano, na escala da Grande Depressão dos anos 30 nos Estados Unidos e na Alemanha. A situação social degrada-se a níveis sem precedentes.
O Governo está totalmente divorciado da realidade. A lei na qual ele mais se empenhou prevê um programa sistemático de contração adicional da economia por 20 anos. No meio dessa crise avassaladora, os próceres governamentais promovem verdadeiras orgias de dilapidação criminosa de bens e ativos públicos, desde o pré-sal à Petrobrás e até  empresas de água, estas de forma indireta via estrangulamento financeiro dos Estados. O Ministro das Relações Exteriores projeta entregar a base de Alcântara de graça aos EUA.
Tudo isso parece um verdadeiro pesadelo para os poucos informados que conseguem acompanhar os desdobramentos da política e da economia. A sociedade, por enquanto, parece anestesiada. Enganam-se, porém, os que pensam que isso é definitivo. Em algum momento o monstro que se esconde nos subterrâneos da opinião pública, por enquanto manipulada pela mídia vendida,acabará por levantar-se espontaneamente, levando de roldão os vendilhões da pátria e os destruidores das condições de vida da sociedade.
O que se prepara no país é o terror ou a redenção. Se as coisas continuarem como estão, contem os meses para a generalização da insegurança social, a explosão incontrolável do crime, e a busca da vingança contra o regime infame que nos impuseram. Em contrapartida, poderemos entrar numa era de ressurreição, o que começa justamente pela eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Se elegerem bandidos para esses cargos não há como voltar atrás numa corrida célere para o desastre cabal.
Sem falar em nomes, creio que há razões para algum otimismo confiando-se nas leis dialéticas. Chegamos ao fundo do poço. Quando, na história, há uma exacerbação de forças numa direção, boas ou más, surgem forças opostas na forma de antítese, segundo a linguagem de Marx. Do embate entre elas resultará uma síntese, que é uma ordem em nível superior, embora com elementos residuais das duas primeiras. Em certas circunstâncias, isso determina uma mudança radical de paradigmas. É nessa direção positiva que talvez caminhamos.

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