por J. Carlos de Assis, no jornal GGN
Creio
que pouca gente no Brasil acredita que Temer se sustente por mais do
que apenas algumas semanas. Seu Governo é inacreditavelmente ruim.
Estamos com uma contração na economia da ordem de 9% em dois anos até
2016 e caminhando mais 3% negativos ou mais em 2017. O desemprego
caminha para entrar na faixa inédita de 15% com perspectiva de chegar a
20% no fim do ano, na escala da Grande Depressão dos anos 30 nos Estados
Unidos e na Alemanha. A situação social degrada-se a níveis sem
precedentes.
O
Governo está totalmente divorciado da realidade. A lei na qual ele mais
se empenhou prevê um programa sistemático de contração adicional da
economia por 20 anos. No meio dessa crise avassaladora, os próceres
governamentais promovem verdadeiras orgias de dilapidação criminosa de
bens e ativos públicos, desde o pré-sal à Petrobrás e até empresas de
água, estas de forma indireta via estrangulamento financeiro dos
Estados. O Ministro das Relações Exteriores projeta entregar a base de
Alcântara de graça aos EUA.
Tudo
isso parece um verdadeiro pesadelo para os poucos informados que
conseguem acompanhar os desdobramentos da política e da economia. A
sociedade, por enquanto, parece anestesiada. Enganam-se, porém, os que
pensam que isso é definitivo. Em algum momento o monstro que se esconde
nos subterrâneos da opinião pública, por enquanto manipulada pela mídia
vendida,acabará por levantar-se espontaneamente, levando de roldão os
vendilhões da pátria e os destruidores das condições de vida da
sociedade.
O
que se prepara no país é o terror ou a redenção. Se as coisas
continuarem como estão, contem os meses para a generalização da
insegurança social, a explosão incontrolável do crime, e a busca da
vingança contra o regime infame que nos impuseram. Em contrapartida,
poderemos entrar numa era de ressurreição, o que começa justamente pela
eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Se elegerem bandidos para
esses cargos não há como voltar atrás numa corrida célere para o
desastre cabal.
Sem
falar em nomes, creio que há razões para algum otimismo confiando-se
nas leis dialéticas. Chegamos ao fundo do poço. Quando, na história, há
uma exacerbação de forças numa direção, boas ou más, surgem forças
opostas na forma de antítese, segundo a linguagem de Marx. Do embate
entre elas resultará uma síntese, que é uma ordem em nível superior,
embora com elementos residuais das duas primeiras. Em certas
circunstâncias, isso determina uma mudança radical de paradigmas. É
nessa direção positiva que talvez caminhamos.
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