quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Considerações sobre a supremacia econômica americana


Do blog do Nassif

Por Diogo Costa
UM FATO IMPRESSIONANTE - O planeta Terra comporta atualmente cerca de sete bilhões de habitantes. A partir de 2008, e pela primeira vez na história da humanidade, mais da metade dos habitantes terrenos passaram a viver em zonas urbanas. Parte significativa das pessoas de hoje assistiram à queda do Muro de Wall Street em 15 de setembro de 2008, aos atentados terroristas contra Nova York em 2001, ao fim do papado de João Paulo II, de João XXIII e de outros pontíficies. Viram também a queda do muro de Berlim, o fim do regime militar no Brasil em 1985, a instalação desse mesmo regime em 64. Embasbacados presenciaram a chegada do homem à Lua em 1969 e também os feitos notáveis e pioneiros do cosmonauta soviético Iuri Gagarin em 61. Viram a ousadia da construção de Brasília, o fim da II Guerra Mundial, a ascenção de Hitler, o crash de outubro de 29, a Revolução Russa em 1917, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando em 1914 e a subsequente eclosão da I Guerra Mundial, etc.

Todos esses acontecimentos podem ser descritos ainda hoje por testemunhas oculares, em que pese o fato de que quanto mais longe ficam as datas dos acontecimentos históricos, mais rarefeitas são as testemunhas ainda vivas da história. Percebam que, portanto, a humanidade atual presenciou inúmeros fatos significativos que tiveram desdobramentos que perduram até hoje. Mas tem um fato que absolutamente nenhum ser humano ainda vivo teve a oportunidade de presenciar ao vivo e a cores na face da Terra. Qual fato? Pois bem, os EUA são atualmente a maior potência econômica do globo terrestre. Todos os fatos descritos no primeiro parágrafo deste artigo (e muitos e muitos outros) tinham em comum a presença dos EUA como a primeira e maior economia do mundo. Voltando um pouco mais no tempo, podemos constatar também que quando nasceu Oscar Niemeyer, em 1907, ou quando houve a Revolta da Vacina em 1904, ou quando Deodoro da Fonseca proclamou a República em 1889, quando a Princesa Isabel decretou o fim da escravidão em maio de 1888, e, voltando um pouco mais, quando as potências européias organizaram abertamente a colonização e saqueio massivo da África através da Conferência de Berlim, em 1884, os EUA também já eram a maior economia do globo terrestre.

Constata-se então que a nação norte-americana ocupa o primeiro lugar econômico entre as nações do globo há mais de 130 anos! Os EUA ultrapassaram a Inglaterra no último quarto do século XIX para nunca mais serem ultrapassados por quem quer que seja! Este é o fato absolutamente ímpar com o qual todos nós, nossos pais, avós e bisavós nos acostumamos há muito e muito tempo. Nenhum ser humano ainda vivo pode nos contar nos dias de hoje como era aquele tempo em que a Inglaterra era a maior potência econômica... Talvez poucas pessoas tenham se dado conta de que este fato acima destacado (supremacia econômica dos EUA) está muito próximo de ser tábula rasa e de figurar apenas como um período determinado nos livros de história. Não é mais novidade alguma a questão de que a China, que durante séculos e mais séculos foi a maior potência econômica do planeta, está prester a retomar o lugar que já ocupou em outras oportunidades. Se vai levar ainda cinco, dez ou vinte anos, não temos como saber exatamente, mas que a China ultrapassará os EUA e tornar-se-á a primeira potência econômica dentre as nações, não resta mais a menor dúvida.

Quais as implicações desse fenômeno de ascenção econômica da China, quais as implicações da perda da liderança dos EUA nesse quesito, liderança essa que está nos seus extertores? Já imaginaram o impacto sociológico, psicológico, o espanto que percorrerá o mundo quando a seguinte manchete inundar os jornais de todos os países: "China ultrapassa os EUA"? Isso será um fato inédito, como reagirá a sociedade norte-americana frente ao inexorável declínio relativo e frente ao ressurgimento do 'Império do Meio'?

Enfim, estamos prestes a presenciar algo novo e deveras significativo. Nem pensem que os EUA perderão a sua importância política, isto é uma rotunda bobagem, mas ver a China ocupando o centro das decisões econômicas, políticas, sociais, culturais, geopolíticas e bélicas é algo que a civilização ocidental atual desacostumou-se de ver e que certamente causará um impacto muito grande na reorganização do sistema mundo e na reorganização da divisão internacional do trabalho. A balança mundial está se reequilibrando e o peso oriental logo suplantará o peso ocidental (não esqueçamos da Índia). A Ásia voltará a ser o centro do mundo e nós voltaremos a ler, agora com mais sofreguidão, os livros sobre a história antiga e medieval, os livros sobre as Rotas da Seda e, mais do que nunca, os livros que narram as aventuras de Marco Polo. O declínio relativo dos EUA e a nova ascenção da China representam de fato um fato realmente impressionante!

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