terça-feira, 22 de abril de 2014

Rússia rechaça ameaça dos EUA e destaca violência na Ucrânia

No site Democracia & Política

"O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov advertiu os Estados Unidos, na segunda-feira (21), contra as suas tentativas de isolar o país euroasiático. Lavrov exigiu de Washington que assuma a responsabilidade pelas posições das autoridades ucranianas que respalda, ao invés de emitir ultimatuns à Rússia. No domingo (20), o porta-voz da Presidência russa tachou de “absurdas” as propostas de mais sanções estadunidenses contra autoridades do país.

Tudo aponta para o fato de que as autoridades em Kiev não são capazes de controlar os extremistas ou não querem controlá-los,” disse Lavrov durante uma coletiva de imprensa

Segundo um artigo publicado no jornal britânico "The Times", criticado pelo porta-voz Dmitri Peskov, no domingo, o governo dos Estados Unidos analisa a imposição de sanções, desta vez, contra o presidente russo, Vladmir Putin.

Os EUA e a União Europeia (UE) acusam o governo russo de “ingerência” na política interna ucraniana, embora seja essa a sua própria política desde que eclodiram os protestos no país do leste europeu, no fim do ano passado, com grupos fascistas tomando o poder de forma inconstitucional, respaldados pelas duas potências.

Várias cidades no leste da Ucrânia se rebelaram contra o governo interino instaurado após o golpe, que consideram ilegítimo, para exigir referendos pela autonomia, pela federalização e até pela independência, ao que as autoridades em Kiev responderam com uma operação militar que cunhou de “antiterrorista”.

Na semana passada, para tentar diminuir as tensões, a Rússia, os EUA, a UE e as forças políticas ucranianas reuniram-se em Genebra, Suíça, onde acordaram sobre as medidas para a redução da violência e para a volta à constitucionalidade, mas a situação no terreno não melhorou.


Durante o fim de semana, a atuação de grupos paramilitares ligados ao ultranacionalista "Setor de Direita", de acordo com testemunhas na província de Donetsk, no leste da Ucrânia, resultou na morte de cinco pessoas e evidenciou a incapacidade ou falta de vontade do governo em controlar os grupos armados, conforme disposto no acordo da semana passada.

“Tudo aponta para o fato de que as autoridades em Kiev não são capazes de controlar os extremistas ou não querem controlá-los,” disse Lavrov durante uma coletiva de imprensa conjunta com o seu homólogo em visita a Moçambique, Oldemiro Baloi.

Aumento da crise após o golpe

Na quarta-feira (16), o porta-voz da Casa Branca, Joey Carney anunciou que a quarta rodada de sanções contra Moscou será aplicada “no momento oportuno”. No dia seguinte, os chanceleres da Rússia, dos EUA, da UE e os representantes das forças políticas ucranianas concluíram o acordo, convidando todas as partes a “absterem-se de qualquer tipo de violência, intimidação ou atos provocadores.

Entretanto, cinco pessoas morreram em Slaviansk, em um posto de controle instalado pelos grupos de autodefesa nessa cidade no leste da Ucrânia. As autoridades locais abriram investigações para averiguar as identidades dos atacantes, mas indícios recolhidos pelos residentes sugerem a autoria do "Setor da Direita", um partido de extrema-direita que conta com um ramo paramilitar desde os protestos impulsionados no fim do ano passado. Além disso, os apetrechos encontrados com alguns atacantes – armas, equipamentos militares e munições – são de fabricação estadunidense, segundo fontes locais.

As tensões no leste ucraniano, habitado por grandes números de descendentes russos, foram impulsionadas desde o golpe que derrubou o presidente Viktor Ianukóvich em fevereiro, com o respaldo dos EUA e da UE, e escalaram quando a Crimeia organizou um referendo popular que aprovou a sua independência e reintegração à Rússia.

Kiev, Washington e seus aliados acusam Moscou de estar por trás dos últimos acontecimentos no leste da Ucrânia, o que a Rússia rechaça veementemente, recordando o papel das potências imperialistas na derrubada do governo ucraniano e no prolongamento da crise no país, além do aumento provocativo da presença militar da "Organização do Tratado do Atlântico Norte" (OTAN) na região."

FONTE: da Redação do portal "Vermelho", com informações das agências de notícias (http://www.vermelho.org.br/noticia/240474-9).

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