Ricardo Kotscho,
meu querido companheiro de jornadas de 1989 – ele, assessor
de imprensa de Lula; eu, de Brizola – publicou ontem em seu
blog uma artigo estranhando as movimentações de grupos que
já preparam protestos ”espontâneos” contra a realização da
Copa.
E indaga,
curioso:
Quais movimentos
sociais estão se organizando?
Vão protestar
contra o quê, exatamente?
Os comitês de
mobilização estão sendo criados por quem?
Quem são seus
líderes que estão percorrendo o Congresso em busca de
apoio?
Bem, como ele
pede ajuda para descobrir, resolvi dar uma mãozinha e fui
procurar quem registra na internet o siteportalpopulardacopa.org.br, principal
central de articulação de críticas e protestos contra a Copa
do Mundo, o que é legítimo fazer, ninguém discute.
O site pertence
a uma ONG chamada Justiça Global, igualmente legítima,
embora seja sustentada – a crer nos seu último balanço divulgado na
internet, o de 2008 -
praticamente só por doações interacionais (R$ 831,9 mil,
contra apenas R$ 4,5 mil de brasileiros).
O senhor James
Louis Cavallaro, eleito para o Comitê de
Direitos Humanos da OEA como candidato apresentado pelo
Governo os Estados Unidos.
Cavallaro tem
uma longa história aqui, desde que divergiu com a
tradicional Human Rights Watch e criou uma ONG própria, o
Centro de Justiça Global, que dirigiu durante anos por aqui.
Como ficaria o
Brasil se o nosso representante, Paulo Vanucchi, aparecesse
como responsável pelo site do Occupy Wall Street?
Saia justa, não?
Leia o artigo de
Ricardo Kotscho.
Vêm por aí novos protestos. Para que e contra quem?
Dia sim, noutro
também, aqui e acolá, em diferentes espaços da nossa
imprensa, assim como quem não quer nada, estão aparecendo
notinhas nas últimas semanas anunciando novas
manifestações de protesto em todo o país.
Na nota de
abertura da sua sempre bem informada coluna, o velho amigo
Ilimar Franco, de “O Globo”, relatou neste sábado:
“Os movimentos
sociais que foram para as ruas em junho, organizam-se para
voltar a protestar na Copa. Comitês de mobilização estão
sendo criados nas 12 capitais-sede dos jogos. A ideia é
colocar gente na rua nos dias das partidas, na frente dos
estádios e nas “fan fest” produzidas pela Fifa. Neste
momento, seus líderes percorrem o Congresso em busca de
apoio político e logístico”.
Ilimar não dá
maiores detalhes nem nomes, mas ao ler o texto fiquei
curioso em entender certas coisas e me fiz
algumas perguntas:
Quais movimentos
sociais estão se organizando?
Vão protestar
contra o quê, exatamente?
Os comitês de
mobilização estão sendo criados por quem?
Quem são seus
líderes que estão percorrendo o Congresso em busca de
apoio?
Até agora, os
chamados “protestos de junho” foram apresentados pela
mídia como iniciativas autônomas, espontâneas, sem
líderes, que brotam assim do nada. A nota de Ilimar Franco
aponta exatamente para o quadro oposto: um movimento
organizado desde já para se apresentar durante a Copa.
Em junho, por
conta da violência dos protestos, como ficamos sabendo
esta semana, corremos o risco de ficar sem a Copa do Mundo
no Brasil, como escreve Juca Kfouri em sua coluna da
“Folha” deste domingo:
“Eis que, na
última terça-feira, o secretário geral da Fifa, Jerome
Valcke, em entrevista por feliz coincidência ao repórter
André Kfouri, da ESPN Brasil, falou com todas as letras
que a entidade esteve na iminência de paralisar o torneio,
o que, acrescentou, caso se materializasse, punha em risco
a Copa”.
Juntando os
pedaços, encontro outra nota na “Veja” desta semana que
trata do mesmo assunto:
“O mercado
publicitário tem constatado que os patrocinadores da Copa
estão tímidos em suas ações e planejamento de marketing
para o Mundial. Pairam em suas cabeças as manifestações
diante dos estádios na Copa das Confederações”.
É bom nos
lembrarmos que, em 2014, além da Copa do Mundo, teremos
eleições presidenciais e a campanha estará entrando em sua
fase decisiva justamente ao final da festa do futebol.
Pode não ser mera coincidência. O que antes era
“espontâneo”, agora está sendo organizado com meses de
antecedência e já causando prejuízos para o mercado
publicitário.
Até que ponto um
evento tem a ver com o outro e aonde querem chegar os
líderes dos novos protestos? Está tudo muito bom, muito
bonito, Fernanda Lima está cada vez mais Fernanda Linda,
mas acho tudo isso bem estranho.
Ajudem-me a
entender o que está acontecendo. Quem tiver respostas para
as minhas muitas perguntas, por favor escreva aqui para o
Balaio.
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