Economista prevê crescimento entre 3% e 3,5% em 2014 e aposta na vitória da presidente Dilma em 2014. "Acho, honestamente, que a probabilidade de reeleição da Dilma é muito alta. Ela tem qualidades interessantes para administrar e é de uma seriedade extravagante. Devíamos saber aproveitá-la", diz ele
247 -
O jornal Valor Econômico publica, nesta segunda-feira, uma importante
entrevista concedida pelo economista Delfim Netto à jornalista Flavia
Lima (leia aqui).
Segundo o ex-ministro, que foi símbolo da era do "milagre econômico", a
possibilidade de que uma "tempestade perfeita" desabe sobre a economia
brasileira parece ser cada vez menor. Ao contrário, ele projeta um 2014
positivo, com crescimento entre 3% e 3,5%, puxado pelas concessões na
área de infraestrutura.
Sobre
a "tempestade perfeita", Delfim elogia as decisões tomadas por
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, na área monetária, e
também pelo governo e pelo Congresso na questão fiscal. "A outra perna
da tempestade perfeita era a perspectiva de um desequilíbrio fiscal
importante, que estava apoiado em uma coleção de projetos represados no
Congresso, alguns dos quais de consequências muito dramáticas. A
tradição da política fiscal não é das boas, essa ideia de usar truques,
imaginação, alquimias. Mas agora parece que foi definitivamente
encerrada", diz ele.
Delfim
defende um superávit primário de 2% do PIB. "Tem que dizer que daqui
para frente vai impedir o crescimento da relação entre dívida pública e
PIB", afirma. "O governo precisa de um compromisso crível e sem ilusão".
Caso isso não ocorra, ele aponta risco de rebaixamento da classificação
de risco do País.
Sobre
crescimento, ele projeta um bom ano. "Em minha opinião, crescer entre
3% e 3,5% no ano que vem não está fora de propósito." O que deve
contribuir para a reeleição da presidente Dilma Rousseff. "A ideia de
que o governo é feito de imbecis é falsa. Todas as medidas que a Dilma
tomou, com intervenção, por exemplo, na energia, foram feitas de uma
maneira dura, mas tudo isso vai aumentar a produtividade em dois ou três
anos porque estavam na direção certa. Então, os candidatos vão ter que
enfrentar isso. E sem medo de palavras, principalmente explicitar as
ideias com clareza. Acho, honestamente, que a probabilidade de reeleição
da Dilma é muito alta. Ela tem qualidades interessantes para
administrar e é de uma seriedade extravagante. Devíamos saber
aproveitá-la."Fonte: Portal 247
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