sábado, 9 de novembro de 2013

Haddad, IPTU e "terrorismo" midiático

Por Altamiro Borges

Demora, mas a ficha cai! Em evento realizado nesta sexta-feira (8), o prefeito Fernando Haddad (PT-SP) fez duras críticas ao "monopólio da comunicação" e ao "terrorismo" midiático contra o reajuste do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). Para ele, graças à campanha de "desinformação" de setores da imprensa até as pessoas que serão beneficiadas pela mudança na cobrança do imposto se sentiram prejudicadas. Pelo projeto aprovado na Câmara Municipal, 33% dos paulistanos ficarão isentos de pagar o IPTU e 8% terão redução no tributo. Os bairros da periferia serão os mais beneficiados e os aposentados que ganham até três salários mínimo terão isenção total.



Mesmo assim, segundo o prefeito, a mídia conseguiu envenenar parcelas da população. Haddad apontou a falta de liberdade de expressão como um dos mais graves problemas do país. "Nós não podemos ter uma sociedade monolítica em que só alguns falam. E esses alguns têm o pensamento único e só o pensamento deles que vale. Tudo que difere do que eles pensam está errado. É o império da comunicação querendo ditar a política pública em São Paulo. Mas comigo isso não vai funcionar.”


As críticas foram feitas durante a cerimônia de sanção da lei que amplia o Programa VAI – voltado à promoção cultural para jovens da periferia. O prefeito listou as medidas adotadas por sua gestão que ele considera estruturais, como a renegociação da dívida com a União, a criação da Controladoria Geral do Município, a vistoria de contratos e a criação de faixas exclusivas de ônibus. “O povo vai compreender na hora que chegar o carnê (do IPTU) o senso de justiça do projeto que foi aprovado pela Câmara Municipal, apesar da desinformação, do terrorismo que foi feito esse tempo todo. Mas a consistência do projeto se impõe, porque nós temos um rumo para a cidade".

Na terça-feira passada (5), o juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, suspendeu o aumento do IPTU. Ele alegou que a votação na Câmara Municipal não cumpriu os ritos necessários. A prefeitura pediu que o magistrado reconsiderasse a decisão, mas o agravo foi negado. Com isto, o polêmico tema ainda terá novos desdobramentos, alimentando o "terrorismo midiático" contra o prefeito Fernando Haddad. A batalha da comunicação será decisiva nesta contenda.

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