Por Antônio David, no jornal Brasil de Fato:
“O precariado é composto por aquele setor da classe trabalhadora permanentemente pressionado pela intensificação da exploração econômica e pela ameaça da exclusão social”. Essa caracterização é do sociólogo Ruy Braga, especialista em sociologia do trabalho e autor do livro A política do precariado. Do populismo à hegemonia lulista (Boitempo, 2012). Professor da USP, com pós-doutorado pela Universidade da Califórnia, Ruy Braga concedeu entrevista exclusiva ao Brasil de Fato.
Nela, o sociólogo fala das condições de trabalho do precariado brasileiro no setor de telemarketing, área que ele vem pesquisando em detalhes. Face às estratégias de recrutamento das empresas, que procuram subordinar os trabalhadores ao despotismo das gerências, Braga alerta: “o feitiço está virando contra o feiticeiro e uma experiência coletivamente compartilhada de discriminação racial ou por orientação sexual, além das lições retiradas da relação com o despotismo gerencial, empurram os teleoperadores na direção da auto-organização nos locais de trabalho e dos sindicatos que atuam no setor”.
Seu último trabalho de fôlego é o livro A Política do Precariado. Gostaria de pedir para que você caracterizasse o precariado brasileiro.
Trata-se, antes de tudo, de uma tentativa de atualização da categoria de superpopulação relativa desenvolvida por Marx no capítulo 23 do Livro I de O Capital à luz das características próprias à reprodução das relações capitalistas de produção em países da semi-periferia do sistema mundial. O precariado é o proletariado precarizado, ou seja, um grupo formado por trabalhadores que, pelo fato de não possuírem qualificações especiais, entram e saem muito rapidamente do mercado de trabalho.
Além disso, devemos acrescentar os trabalhadores jovens à procura do primeiro emprego, indivíduos que estão na informalidade e desejam alcançar o emprego formal, e trabalhadores submetidos ao manejo predatório do trabalho. O precariado é composto por aquele setor da classe trabalhadora permanentemente pressionado pela intensifi cação da exploração econômica e pela ameaça da exclusão social. Eu retirei do conceito de proletariado precarizado os setores qualificados da classe trabalhadora, os grupos pauperizados e o chamado lumpemproletariado por entender que aquilo que caracteriza a reprodução contraditória das relações de produção capitalistas no Brasil é menos a existência de uma massa de indivíduos pauperizados e rejeitados pelo mercado de trabalho por invalidez, velhice ou que praticam ações ilícitas para sobreviver, e mais a ampliação dessa massa formada por trabalhadores jovens, desqualificados ou semiqualifi cados, subrremunerados e inseridos em condições degradantes de trabalho.
O que diferencia o precariado do subproletariado, sobre o qual o cientista político André Singer escreveu no livro Os Sentidos do Lulismo? Que ocupações seriam típicas de cada fração?
O professor André Singer caracteriza o subproletariado como um amálgama das frações pauperizada e estagnada da superpopulação relativa, em especial aqueles que dependem do programa Bolsa Família e que se concentram nos bolsões de miséria no interior do país ou aqueles inseridos em condições tão degradantes e sub-remuneradas que se reproduzem em condições subnormais, como os trabalhadores domésticos, por exemplo.
Como disse, retirei a massa pauperizada e o lumpemproletariado do conceito de precariado e concentrei-me nas frações “flutuante”, isto é, os que entram e saem muito rapidamente do mercado de trabalho atraídos e repelidos pelas empresas conforme os ciclos econômicos, além da população “latente”, ou seja, aqueles trabalhadores jovens à procura de um primeiro emprego e os que estão transitando da informalidade para a formalidade. Assim como André Singer, também incorporo a fração “estagnada”, no entanto, enfatizo sua passagem para a população flutuante. Para simplificar, enquanto André destaca a empregada doméstica, eu destaco a filha da empregada doméstica que terminou o ensino secundário e foi contratada pela indústria do call center.
Neste sentido, gostaria de colocar algumas questões referentes à pesquisa que você fez nos últimos anos, sobre o trabalho no setor de telemarketing. Qual é o tamanho desse setor?
A indústria brasileira do call center cresce desde meados dos anos de 1990, em grande medida, por conta do avanço do ciclo das terceirizações empresariais associado ao processo de privatizações da era FHC. Já no início dos anos 2000, o setor do telemarketing já havia se transformado na principal porta de entrada no mercado formal de trabalho do jovem trabalhador à procura do primeiro emprego.
Uma característica interessante desse setor, desde meados da década de 2000, é que hoje a região onde o telemarketing mais se expande é a região nordeste do país. Estimativas realizadas pelos profissionais da própria indústria afirmam que, muito provavelmente, se somarmos os call centers terceirizados e próprios, o Brasil deve fechar o ano com quase 1 milhão e 700 mil trabalhadores nesse setor. Isto faz dos teleoperadores o segundo maior grupo ocupacional do país, perdendo apenas para os trabalhadores domésticos.
Ao analisar o setor, você diferencia “profissão” de “emprego de empreitada”. No que consiste a diferença?
Na realidade, uma profissão supõe certas características em termos de qualificação, prestígio, estabilidade e remuneração, que, em linhas gerais, estão ausentes no telemarketing. Uma “profissão” implica a existência, em algum grau, de uma “carreira”, isto é, de possibilidades reais de progresso ocupacional. O telemarketing é uma atividade que, por suas características estruturais, bloqueia ou dificulta enormemente a progressão ocupacional, assim como se trata de um setor que paga muito mal e não exige qualificações especiais. Como as taxas de rotatividade são muito elevadas na indústria do call center, entendo ser mais correto falar em uma atividade realizada por meio da “empreitada”, ou seja, intermitente, terceirizada e precária.
Em seu livro, você mostra que as empresas do setor de telemarketing adotam estratégias de recrutamento de trabalhadores considerados “problemáticos ou diferenciados”, “mais sensíveis e pacientes” e com “certa inclinação a subordinar-se ao despotismo”. Qual é o perfil dos trabalhadores inseridos nesse setor e quais são as estratégias que as empresas utilizam para recrutá-los?
A indústria do call center há tempos tem recrutado preferencialmente jovens, não brancos, mulheres e gays. Trata-se de uma estratégia cuja finalidade é promover um comportamento mais dócil no tocante ao ajuste do trabalhador ao regime de mobilização permanente do trabalho apoiado em altas taxas de rotatividade, na estratégia da terceirização, no controle despótico do trabalho e na pressão das metas sempre mais difíceis de serem alcançadas. Quando o grupo de trabalho é formado majoritariamente por jovens arrimos de família, por exemplo, ou por aqueles que historicamente ocupam os postos mais discriminados ou sub-remunerados do mercado de trabalho brasileiro, como gays e mulheres negras, a expectativa das empresas é que estes trabalhadores comportem-se de maneira mais dócil, subordinando- se ao despotismo das gerências.
Trata-se de uma situação instrumentalizada pela indústria do call center e cuja característica menos visível, porém mais “enraizada” na subjetividade operária, é a reprodução de um poder simbólico fortemente associado ao reforço da condição de subalternidade oriunda da discriminação racial, sexual ou da orientação sexual. No entanto, esta situação tem sido revertida desde 2008, ao menos, quando greves passaram a eclodir com muita frequência na indústria de call center protagonizadas por mulheres negras e por grupos discriminados. De certa maneira, o feitiço está virando contra o feiticeiro e uma experiência coletivamente compartilhada de discriminação racial ou por orientação sexual, além das lições retiradas da relação com o despotismo gerencial, empurram os teleoperadores na direção da auto-organização nos locais de trabalho e dos sindicatos que atuam no setor.
Então, como se dá o assédio moral no telemarkentig?
O problema do assédio moral está diretamente associado ao problema do manejo degradante da força de trabalho. Como o setor trabalha por metas e estas tendem a se tornar cada vez mais duras é muito comum que coordenadores de operação ou supervisores descontrolemse com os teleoperadores, cobrando-os aos berros. Além disso, existe um assédio mais dissimulado que se esconde por trás de brincadeiras, como o nariz de palhaço, o martelinho de plásticos ou a camiseta de mico, cujos alvos preferenciais são aqueles que não alcançaram as metas. Isso sem mencionar a humilhação do tempo exíguo do intervalo e as negativas pra ir ao banheiro etc.
Ao estudar o setor, você conclui que parte dos riscos recai sobre os trabalhadores. Por que e como?
Por força do despotismo empresarial que vigora no setor, os ajustes anticíclicos à flutuações recaem sempre sobre os trabalhadores que são sumariamente demitidos e percebem sua remuneração variável cair. Ou seja, como não há praticamente nenhum obstáculo sério à demissão dos teleoperadores, é o trabalho que assume a maior parte dos riscos do negócio...
Nesse mesmo artigo, você afirma haver uma “tendência de despolitização geral do mundo do trabalho”. Gostaria que você explicasse no que consiste essa tendência.
Esta tendência é produto da consolidação de um tipo de regime fabril que se apoia sobre a desconstrução das formas de solidariedade classistas tipicamente fordistas. Quando o desmanche do grupo operário fordista efetivou-se por meio das terceirizações, do aumento da concorrência entre os próprios trabalhadores, das reestruturações da base técnica das companhias, da informatização domeio ambiente fabril, das privatizações, da crise do sindicalismo militante, do aumento do desemprego (anos de 1990) etc. Durante os anos FHC, a formação de um novo proletariado pós-fordista acantonado no setor de serviços e composto por jovens, mulheres, não brancos etc., representou uma descontinuidade política em relação à classe trabalhadora do período do nacional-desenvolvimentismo.
No entanto, não devemos exagerar neste argumento, pois, este grupo pós-fordista está se politizando rapidamente e já alcançou um patamar respeitável em termos de conquistas sindicais expressas pelo número de greves que ocorrem no país desde 2008. (A íntegra desta entrevista encontra-se em: www.brasildefato.com.br)
“O precariado é composto por aquele setor da classe trabalhadora permanentemente pressionado pela intensificação da exploração econômica e pela ameaça da exclusão social”. Essa caracterização é do sociólogo Ruy Braga, especialista em sociologia do trabalho e autor do livro A política do precariado. Do populismo à hegemonia lulista (Boitempo, 2012). Professor da USP, com pós-doutorado pela Universidade da Califórnia, Ruy Braga concedeu entrevista exclusiva ao Brasil de Fato.
Nela, o sociólogo fala das condições de trabalho do precariado brasileiro no setor de telemarketing, área que ele vem pesquisando em detalhes. Face às estratégias de recrutamento das empresas, que procuram subordinar os trabalhadores ao despotismo das gerências, Braga alerta: “o feitiço está virando contra o feiticeiro e uma experiência coletivamente compartilhada de discriminação racial ou por orientação sexual, além das lições retiradas da relação com o despotismo gerencial, empurram os teleoperadores na direção da auto-organização nos locais de trabalho e dos sindicatos que atuam no setor”.
Seu último trabalho de fôlego é o livro A Política do Precariado. Gostaria de pedir para que você caracterizasse o precariado brasileiro.
Trata-se, antes de tudo, de uma tentativa de atualização da categoria de superpopulação relativa desenvolvida por Marx no capítulo 23 do Livro I de O Capital à luz das características próprias à reprodução das relações capitalistas de produção em países da semi-periferia do sistema mundial. O precariado é o proletariado precarizado, ou seja, um grupo formado por trabalhadores que, pelo fato de não possuírem qualificações especiais, entram e saem muito rapidamente do mercado de trabalho.
Além disso, devemos acrescentar os trabalhadores jovens à procura do primeiro emprego, indivíduos que estão na informalidade e desejam alcançar o emprego formal, e trabalhadores submetidos ao manejo predatório do trabalho. O precariado é composto por aquele setor da classe trabalhadora permanentemente pressionado pela intensifi cação da exploração econômica e pela ameaça da exclusão social. Eu retirei do conceito de proletariado precarizado os setores qualificados da classe trabalhadora, os grupos pauperizados e o chamado lumpemproletariado por entender que aquilo que caracteriza a reprodução contraditória das relações de produção capitalistas no Brasil é menos a existência de uma massa de indivíduos pauperizados e rejeitados pelo mercado de trabalho por invalidez, velhice ou que praticam ações ilícitas para sobreviver, e mais a ampliação dessa massa formada por trabalhadores jovens, desqualificados ou semiqualifi cados, subrremunerados e inseridos em condições degradantes de trabalho.
O que diferencia o precariado do subproletariado, sobre o qual o cientista político André Singer escreveu no livro Os Sentidos do Lulismo? Que ocupações seriam típicas de cada fração?
O professor André Singer caracteriza o subproletariado como um amálgama das frações pauperizada e estagnada da superpopulação relativa, em especial aqueles que dependem do programa Bolsa Família e que se concentram nos bolsões de miséria no interior do país ou aqueles inseridos em condições tão degradantes e sub-remuneradas que se reproduzem em condições subnormais, como os trabalhadores domésticos, por exemplo.
Como disse, retirei a massa pauperizada e o lumpemproletariado do conceito de precariado e concentrei-me nas frações “flutuante”, isto é, os que entram e saem muito rapidamente do mercado de trabalho atraídos e repelidos pelas empresas conforme os ciclos econômicos, além da população “latente”, ou seja, aqueles trabalhadores jovens à procura de um primeiro emprego e os que estão transitando da informalidade para a formalidade. Assim como André Singer, também incorporo a fração “estagnada”, no entanto, enfatizo sua passagem para a população flutuante. Para simplificar, enquanto André destaca a empregada doméstica, eu destaco a filha da empregada doméstica que terminou o ensino secundário e foi contratada pela indústria do call center.
Neste sentido, gostaria de colocar algumas questões referentes à pesquisa que você fez nos últimos anos, sobre o trabalho no setor de telemarketing. Qual é o tamanho desse setor?
A indústria brasileira do call center cresce desde meados dos anos de 1990, em grande medida, por conta do avanço do ciclo das terceirizações empresariais associado ao processo de privatizações da era FHC. Já no início dos anos 2000, o setor do telemarketing já havia se transformado na principal porta de entrada no mercado formal de trabalho do jovem trabalhador à procura do primeiro emprego.
Uma característica interessante desse setor, desde meados da década de 2000, é que hoje a região onde o telemarketing mais se expande é a região nordeste do país. Estimativas realizadas pelos profissionais da própria indústria afirmam que, muito provavelmente, se somarmos os call centers terceirizados e próprios, o Brasil deve fechar o ano com quase 1 milhão e 700 mil trabalhadores nesse setor. Isto faz dos teleoperadores o segundo maior grupo ocupacional do país, perdendo apenas para os trabalhadores domésticos.
Ao analisar o setor, você diferencia “profissão” de “emprego de empreitada”. No que consiste a diferença?
Na realidade, uma profissão supõe certas características em termos de qualificação, prestígio, estabilidade e remuneração, que, em linhas gerais, estão ausentes no telemarketing. Uma “profissão” implica a existência, em algum grau, de uma “carreira”, isto é, de possibilidades reais de progresso ocupacional. O telemarketing é uma atividade que, por suas características estruturais, bloqueia ou dificulta enormemente a progressão ocupacional, assim como se trata de um setor que paga muito mal e não exige qualificações especiais. Como as taxas de rotatividade são muito elevadas na indústria do call center, entendo ser mais correto falar em uma atividade realizada por meio da “empreitada”, ou seja, intermitente, terceirizada e precária.
Em seu livro, você mostra que as empresas do setor de telemarketing adotam estratégias de recrutamento de trabalhadores considerados “problemáticos ou diferenciados”, “mais sensíveis e pacientes” e com “certa inclinação a subordinar-se ao despotismo”. Qual é o perfil dos trabalhadores inseridos nesse setor e quais são as estratégias que as empresas utilizam para recrutá-los?
A indústria do call center há tempos tem recrutado preferencialmente jovens, não brancos, mulheres e gays. Trata-se de uma estratégia cuja finalidade é promover um comportamento mais dócil no tocante ao ajuste do trabalhador ao regime de mobilização permanente do trabalho apoiado em altas taxas de rotatividade, na estratégia da terceirização, no controle despótico do trabalho e na pressão das metas sempre mais difíceis de serem alcançadas. Quando o grupo de trabalho é formado majoritariamente por jovens arrimos de família, por exemplo, ou por aqueles que historicamente ocupam os postos mais discriminados ou sub-remunerados do mercado de trabalho brasileiro, como gays e mulheres negras, a expectativa das empresas é que estes trabalhadores comportem-se de maneira mais dócil, subordinando- se ao despotismo das gerências.
Trata-se de uma situação instrumentalizada pela indústria do call center e cuja característica menos visível, porém mais “enraizada” na subjetividade operária, é a reprodução de um poder simbólico fortemente associado ao reforço da condição de subalternidade oriunda da discriminação racial, sexual ou da orientação sexual. No entanto, esta situação tem sido revertida desde 2008, ao menos, quando greves passaram a eclodir com muita frequência na indústria de call center protagonizadas por mulheres negras e por grupos discriminados. De certa maneira, o feitiço está virando contra o feiticeiro e uma experiência coletivamente compartilhada de discriminação racial ou por orientação sexual, além das lições retiradas da relação com o despotismo gerencial, empurram os teleoperadores na direção da auto-organização nos locais de trabalho e dos sindicatos que atuam no setor.
Então, como se dá o assédio moral no telemarkentig?
O problema do assédio moral está diretamente associado ao problema do manejo degradante da força de trabalho. Como o setor trabalha por metas e estas tendem a se tornar cada vez mais duras é muito comum que coordenadores de operação ou supervisores descontrolemse com os teleoperadores, cobrando-os aos berros. Além disso, existe um assédio mais dissimulado que se esconde por trás de brincadeiras, como o nariz de palhaço, o martelinho de plásticos ou a camiseta de mico, cujos alvos preferenciais são aqueles que não alcançaram as metas. Isso sem mencionar a humilhação do tempo exíguo do intervalo e as negativas pra ir ao banheiro etc.
Ao estudar o setor, você conclui que parte dos riscos recai sobre os trabalhadores. Por que e como?
Por força do despotismo empresarial que vigora no setor, os ajustes anticíclicos à flutuações recaem sempre sobre os trabalhadores que são sumariamente demitidos e percebem sua remuneração variável cair. Ou seja, como não há praticamente nenhum obstáculo sério à demissão dos teleoperadores, é o trabalho que assume a maior parte dos riscos do negócio...
Nesse mesmo artigo, você afirma haver uma “tendência de despolitização geral do mundo do trabalho”. Gostaria que você explicasse no que consiste essa tendência.
Esta tendência é produto da consolidação de um tipo de regime fabril que se apoia sobre a desconstrução das formas de solidariedade classistas tipicamente fordistas. Quando o desmanche do grupo operário fordista efetivou-se por meio das terceirizações, do aumento da concorrência entre os próprios trabalhadores, das reestruturações da base técnica das companhias, da informatização domeio ambiente fabril, das privatizações, da crise do sindicalismo militante, do aumento do desemprego (anos de 1990) etc. Durante os anos FHC, a formação de um novo proletariado pós-fordista acantonado no setor de serviços e composto por jovens, mulheres, não brancos etc., representou uma descontinuidade política em relação à classe trabalhadora do período do nacional-desenvolvimentismo.
No entanto, não devemos exagerar neste argumento, pois, este grupo pós-fordista está se politizando rapidamente e já alcançou um patamar respeitável em termos de conquistas sindicais expressas pelo número de greves que ocorrem no país desde 2008. (A íntegra desta entrevista encontra-se em: www.brasildefato.com.br)
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