O governo não tem como não comemorar. Polêmico no Brasil,
onde é alvo de ataques em razão de falhas pontuais e, também, pelo que é visto por
muitos como 'caráter assistencialista', o programa Bolsa Família recebeu no dia
16 de outubro aquele que é considerado o prêmio Nobel da seguridade social.
Trata-se do Award for Outstanding Achievement in Social
Security, concedido pela Associação Internacional de Seguridade Social. Com
sede na Suíça, essa entidade foi fundada em 1927 e é reconhecida por 157 países
e 330 organizações não governamentais. O grande prêmio, concedido depois de uma
série de pesquisas in loco, só é concedido a cada três anos.
O Bolsa Família, que está completando 10 anos de existência
no atual formato, foi considerado pela ISSA como "uma experiência
excepcional e pioneira na redução da pobreza e na promoção da seguridade
social".
Em coletiva de imprensa concedida no Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), nesta manhã, em Brasília, a ministra de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou que a
"premiação internacional reconhece o esforço do país para construir uma
rede de proteção social".
O instituto apresentou um estudo inédito sobre o impacto da
iniciativa, que completa dez anos, na economia. De acordo com Marcelo Neri,
presidente do Ipea, se o Bolsa Família fosse extinto, a pobreza passaria de
3,6% para 4,9%. "É um impacto de 28% e o efeito aumenta ao longo do
tempo", afirma Neri.
Ainda segundo o estudo, apresentado por ele,
"cada real gasto com o Bolsa Família impacta a desigualdade 370% mais que
a previdência social" e faz a economia girar 240%. O presidente do Ipea
afirmou que, comparado com outras despesas, o programa consome poucos recursos
(0,5% do PIB). "Os EUA gastam 2% do PIB com programas sociais, e os países
europeus ainda mais", lembrou.
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