Mauro Santayama em seu blog
(HD) - “Cada uno es hijo de sus obras.” - a antiga
advertência, de Don Quixote de La Mancha, que nos alerta para a conseqüência
das más decisões, parece ter sido, nos últimos anos, totalmente esquecida pela
Espanha.
Mesmo com uma dívida externa de quase
200%, 27% de desemprego, quase 100% de dívida interna líquida, e cerca de 20
bilhões de euros em reservas, Castela continua imprudente e arrogante.
E como não pode mais exibir duvidosos
galardões econômicos, passou a exercitar sua proverbial petulância em outras
áreas, como o futebol, por exemplo.
Antes da Copa das Confederações, os
jornais espanhóis diziam que a “Roja” ia dar uma “lição” ao Brasil. Acabaram
levando, de volta para casa, duas. Uma de futebol, e a outra de patriotismo,
antes, durante e depois da final, no Maracanã, quando perderam de 3 x 0.
Sem entender que não estavam colhendo
mais do que semearam antes – fora a antipatia futebolística, muitos torcedores
não se esquecem das expulsões de brasileiros daquele país - os jornais espanhóis
preferiram justificar as vaias recebidas por aqui com um suposto “apavoramento”
do Brasil com a sua seleção.
E, como a Espanha não aceitou a
derrota, continua o clima de confrontação. O último capítulo da picuinha foi o convite
a Diego Costa para jogar pela seleção espanhola. Convocado também pelo Brasil, ele optou pela
Espanha e a CBF pediu a cassação de sua nacionalidade brasileira.
Envolvido com corrupção e com a
ditadura, Marin não é – para dizer o mínimo – um exemplo de cidadão, mas, infelizmente,
é preciso reconhecer que, hoje em dia, as pessoas trocam de passaporte como
trocam de camisa.
A nacionalidade brasileira não é um
direito, mas uma honra e um privilégio. Defender a bandeira de outra nação, em
um campo de batalha ou de futebol, deveria determinar – para quem o faz - o irreversível
direito de ser feliz em seu novo país e em sua nova condição.
Por ingenuidade ou interesse, Diego
Costa foi usado como instrumento de uma briga que o Brasil não começou.
A “Fúria”, para jogar a Copa, não
precisava dele. E isso é reconhecido até por parte da opinião publica espanhola.
Ao ver aceito seu convite, Del Bosque ficou
em uma sinuca de bico. Se trouxer o jogador para o Brasil, depois de ter escolhido
a Espanha, estará obrigado a colocá-lo em campo, aumentando a pressão da
torcida brasileira contra o time espanhol.
No final do torneio, se Diego Costa
jogar mal e a Espanha perder, Del Bosque será execrado em seu país. Se ele
jogar bem, e marcar, a versão que vai ficar é a de que a Espanha não ganhou por
seus próprios méritos, mais sim porque tinha um brasileiro jogando em sua
seleção.
Dessa vez, os cartolas espanhóis quiseram
crescer e aparecer, na mídia, criando nova polêmica com o Brasil, país
anfitrião da Copa e Pentacampeão do mundo. Com essa jogada, o mais provável, é
que eles e seu treinador acabem se dando mal.
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