informação obtida no Portal Desacato
Estamos
vulnerabilizando o país e enfraquecendo a soberania nacional por
superávit primário. Esta é uma das afirmações feitas pelo senador
Roberto Requião (PMDB-PR), na última sexta-feira (20), durante seu
discurso no plenário do Senado Federal.
Integrante da base aliada do governo, o
senador ainda afirmou considerar-se um cético em relação às ações do
governo federal, principalmente, em relação ao que caracterizou de
“lambança” da política nacional do petróleo, a cargo da Agência Nacional
do Petróleo (ANP).
Dossiê
Portando em suas mãos um dossiê, cuja
autoria não foi revelada, durante seu discurso Requião destrinchou uma
série de graves denúncias contra a ANP, entre elas, a de que a
realização do leilão do campo de Libra, situado na Bacia de Santos, é um
crime. “Nós todos sabemos, até mesmo senadores do PSDB, que Libra com
petróleo já descoberto pela Petrobras, em 2010, está sendo leiloado ao
cartel das multinacionais petroleiras para gerar superávit primário”,
afirmou.
Com base nas informações do dossiê,
Requião afirmou ainda que os leilões de petróleo são desnecessários e
que o governo federal está “trocando 15 bilhões pelo valor final de
reservas fantásticas que poderiam financiar educação, saúde e
infraestrutura no Brasil em um futuro próximo”.
Totalmente contrário ao leilão, ele
chegou a protocolar um Projeto de Decreto Legislativo que prevê a
suspensão do leilão marcado para o dia 21 de outubro. O projeto teve o
apoio e a adesão dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP).
Ainda em sua exposição, o senador,
afirmou que o leilão do campo de Libra é uma forma de privatização que,
em valor, pode ser ainda maior do que todas as privatizações de Fernando
Henrique Cardoso juntas. “O petróleo esta sendo praticamente doado para
o cartel internacional”, disse.
Perseguição
O documento apresentado por ele afirma
claramente que há uma submissão da estatal brasileira às transnacionais
do setor petroleiro. Para tanto, o senador se atenta a alguns fatos,
entre eles, a factual perseguição de funcionários da ANP.
Foram apresentados, pelo menos, dois
destes casos. O primeiro é do engenheiro e conselheiro do Clube de
Engenharia, Paulo Metri. Segundo o relatório e depoimentos do próprio
Metri, o engenheiro foi exonerado da ANP, em 2011, após publicar um
artigo, em parceria com o senador Saturnino Braga, que discordava da
agência estatal e questionava a política do petróleo.
“Mais recentemente, a OGX, de Eike
Batista, deixou de instalar uma válvula de segurança em uma plataforma
que serve para evitar vazamentos de petróleo em casos de acidentes. O
técnico Pietro Mendes, da ANP, lavrou auto de infração para que uma
multa de R$ 15 milhões fosse aplicada e foi afastado do cargo”, expôs
Requião.
Para ele, a atuação da direção da ANP é
mais perigosa para o país que todas as denúncias de espionagem dos
serviços de informação dos Estados Unidos na Petrobras.
Imagem: www.blogdicas.net
Fonte: MAB Nacional
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