Posted seg, 14/10/2013
- 14:55
Método de “fraturamento
hidráulico” para obtenção de biocombustíveis é altamente
questionado por ambientalistas, que farão neste dia 19 um
dia global de “pare o fracking”
Fundação Rosa Luxemburgo*
O Conselho Constitucional francês confirmou na última
sexta-feira, 11 de outubro, a proibição da exploração de gás e
petróleo através do método de “fraturamento hidráulico” –
conhecido como “fracking” - no território do país. A medida
ratifica assim definição tomada em julho de 2011 e que foi
questionada judicialmente pela empresa texana Schuepbach.
Em sua sentença, o Conselho Constitucional afirma que a
legislação aprovada em 2011 visa “prevenir riscos para o meio
ambiente”. A Schuepbach questionava a medida com base no
princípio da igualdade, afirmando que este seria desrespeitado
pelo Estado francês ao permitir a utilização deste método para
obtenção de energia geotérmica e não para a extração de gás e
petróleo, mas a corte considerou que neste última caso o risco
ambiental seria muito maior.
“O Conselho conclui que a restrição à pesquisa e à exploração
de hidrocarbonetos com este método, no atual estado de
conhecimentos técnicos, não tem um caráter desproporcional”,
apontou o texto da decisão.
Esta decisão segue a mesma linha defendida pelo presidente
Françoise Hollande, que em setembro de 2012 declarou que a
exploração através do fracking “é cheia de riscos para o meio
ambiente e para a saúde”, e foi comemorada por movimentos
ambientalistas. Para o Ministro do Meio Ambiente, Phillipe
Martin, esta foi “uma vitória jurídica, política e ecológica”
de seu governo, que apostaria em medidas de transição para
formas renováveis de produção de energia.
Também na primeira quinzena de outubro, o Parlamento Europeu
reconheceu os riscos do método "fracking" em uma votação que buscou implementar algumas
salvaguardas para o meio ambiente e para a saúde. Em escala
europeia, o fraturamento hidráulico estará sujeito às mesmas
regras e avaliações obrigatórias que submetem a produção de
combustíveis fósseis.
No dia 19 de outubro, ambientalistas estão promovendo um dia
global contrário ao fracking, com atividades previstas para
mais de 20 países. Em setembro de 2012 uma iniciativa
semelhante já mobilizou, segundo site da
campanha, mais de “200 ações comunitárias” ao redor do
planeta.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, o boom nas extrações por
“fraturamento hidráulico” – sobretudo nos estados da Dakota do
Norte e do Texas - leva a que agências oficiais prevejam que o
país vá superar Rússia e Arábia Saudita em 2013, tornando-se o
maior produtor de gás e petróleo do mundo.
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