sexta-feira, 12 de abril de 2013

Imagine só


 
11/04/2013
 
Em um 10 de abril de 1970, há exatos 43 anos, os BEATLES deixavam de existir como banda. Suas lindas canções permanecem, entoadas por sucessivas gerações que crêem que “Peace and Love” são conquistas ainda necessárias, que demandam luta e arte. Como disse Santo Agostinho, “cantar é rezar em dobro”.
 
Entretanto, hoje, no Brasil, um mal colocado presidente de Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados do Brasil é pregador de indução à violência, tendo inclusive louvado a morte física do ex-beatle John Lennon (“imagine no country’s”). Disse ele, em 2005, diante de multidão de fiéis: “Eu queria estar lá quando descobriram o corpo dele. Ia tirar o pano de cima e dizer: me perdoe, John, mas esse primeiro tiro é em nome do Pai, esse é em nome do Filho, e esse em nome do Espírito Santo. Ninguém afronta a Deus e sobrevive para debochar”.
 
 
Fosse nossa democracia mais sólida e nossa cidadania mais ampla e ativa, quem faz esse tipo de declaração - reiterada, na mesma prédica, pela revelação de que “um anjo de Deus fulminou os Mamonas” – não sobreviveria politicamente nem se elegeria deputado. Muito menos presidiria uma Comissão a cuja temática ele é avesso e, mais do que isso, combate. Com toda sua estranha convicção letal emoldurada em “Avivamento” e representando um partido cujo nome é Social Cristão.
 
 
É preciso tirar o pano que encobre palavras enganosas, gestos de intolerância e dogmas medievais. O fundamentalista é aquele que só crê nas suas próprias verdades absolutas e se escuda em uma proclamada ausência de dúvidas. Cruzadista, adepto do “crê ou morre”, enxerga o diferente como um "Satanás" (aliás, "adversário") a ser eliminado. Em pleno século XXI, revela que o retrocesso é sempre possível e que há um 'ovo da serpente' sendo chocado. Que ao menos isso tudo nos choque, nos indigne. E, sem pedir demais, que nos coloque em movimento: os retrógrados e semeadores do ódio e do preconceito não passarão!

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