Mauro Santayama, em seu blog
(Hoje em Dia) - O governo dos EUA acusou, formalmente, há alguns dias,
cinco militares chineses, de uma suposta “Unidade 61398”, com sede em Xangai,
de atividades de espionagem eletrônica. Sua finalidade: o “roubo de informações
industriais” de empresas norte-americanas, para entrega a concorrentes chineses
- principalmente indústrias estatais.
Trinta e uma acusações foram feitas pelo Estado da Pensilvânia contra
Wang Dong, Sun Kailiang y Wen Xinyu, por responsabilidade material, e contra
Huang Zhenyu e Gu Chunhui, pela manutenção da infraestrutura usada nas
operações de infiltração. Eles podem ser condenados à revelia, de dez a quinze anos de prisão.
Entre as empresas e instituições norte-americanas supostamente
prejudicadas, citam a Westinghouse, a filial da alemã Solarworld, a U.S. Steel,
a Alcoa, a Allegheny Technologies, e a United Steel Workers, que congrega
empregados do setor siderúrgico. Os dados desviados teriam a ver com o desenho
de uma usina nuclear; com disputas
comerciais com a China, nas áreas de produção de aço e células solares. E
também com o roubo de credenciais de acesso de funcionários à empresa Allegheny
Technologies.
Em rematado exercício de cinismo - considerando-se a lisura dos Estados
Unidos na matéria - John Carlin, o diretor do FBI encarregado da Divisão de
Segurança Nacional da instituição, afirmou: "que fique claro, que essa
conduta é criminal e que não é a que se espera de uma nação responsável e nem que
seja tolerada pela comunidade econômica global”, e, também, que os EUA “não
exercem atividades de espionagem em benefício de suas empresas.”
O Sr. Carlin poderia, explicar, então, junto às outras autoridades
norte-americanas, encarregadas do caso, em benefício de quem foi espionada a
Petrobrás, além do próprio governo brasileiro,
e cidadãos de todo o mundo.
Ou responder o que ocorreria, se, em resposta às atividades de
espionagem eletrônica em massa das agências norte-americanas de informações, o
governo chinês, o brasileiro, e tantos outros, decidissem levar aos tribunais
os milhares de funcionários que trabalham espionando para o governo dos Estados
Unidos, todos os dias, apenas na NSA.
Chumbo trocado não dói. Se os EUA estão preocupados com a espionagem
chinesa - embora do ponto de vista moral não tenham nenhuma condição para isso - os chineses
agem, também, da mesma forma, ao proibir, como fizeram, também ontem, a
utilização do Windows 8 como sistema operacional em computadores de sua
administração pública.
Quanto aos acusados, a China já disse que não vai extraditar os seus soldados. E declarou que vai romper, a partir de agora, a tênue cooperação que tinha, com os Estados Unidos, no campo da segurança cibernética.
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