Beto
Almeida
Os
chanceleres da Unasul, reunidos na
semana que passou no Equador,
decidiram pela implementação do Banco
do Sul, com um capital inicial de 7
bilhões de dólares, ferramenta
financeira destinada ao financiamento
de projetos de integração da América
do Sul.
Trata-se
de mais um dos grandes legados do
presidente Hugo Chávez, falecido em
2013. Sem dúvida, o lado visionário de
Chávez também se revela aqui nesta
decisão, que vinha sendo procrastinada
injustificadamente, inclusive pela
relutância das autoridades financeiras
do Brasil. Da mesma forma que até
hoje, o governo brasileiro não tomou
qualquer medida para vincular-se à
TeleSUR oficialmente, favorecendo a
integração informativo-cultura da
América Latina, o que teria plena
sintonia com o discurso autocrítico
feito por Lula em encontro com
blogueiros, quando reconheceu que
muito pouco foi feito para a
democratização da comunicação no
Brasil.
O
Banco do Sul, assim como a Unasul,
nasceu graças a uma pregação
incansável de Chávez, e agora já terá
a companhia do Banco dos Brics, bem
como de outras medidas adotadas pela
Rússia, China e Iran para a
desdolarização gradual da economia. O
Banco do Sul é também uma grande
bofetada nos EUA e, tal como o BNDES
já vem fazendo, ao financiar a
construção do Porto de Mariel, em
Cuba, representará uma capacidade
ampliada para a realização de projetos
de infraestrutura que avancem na
integração da América Latina, sempre
sabotados pelos EUA.
Certamente,
com mais esta ferramenta, surge clara
a possibilidade de ampliar as
operações sem o dólar – indispensável
ante a crise e a instabilidade do
capitalismo internacional – bem como o
encorajamento para tirar do papel um
conjunto de projetos integracionistas,
a exemplo do que a Rússia, a China e o
Iran já vem fazendo em matéria
energética. Depois de Unasul, TeleSUR,
Banco do Sul, agora pode estar
chegando a vez do Gasoduto do Sul, tão
sonhado pelo revolucionário Hugo
Chávez.
Mas,
para que isto se torne realidade, é
preciso manter a unidade das forças
progressistas, seja no Brasil, na
Venezuela, na Argentina, Uruguai e
Bolívia, seguindo o exemplo de uma
persistência revolucionária incansável
que nos legou Chávez, desde a
audaciosa, meticulosa e arriscada
construção de um movimento
revolucionário bolivariano no interior
das forças armadas venezuelanas. É
este instrumento que hoje,
materializado na unidade
cívico-popular, mantém de pé a
Revolução Bolivariana, capaz de
impulsos construtivos como o Banco do
Sul, de amplificar as energias da
Revolução Cubana e de iluminar
permanentemente os árduos caminhos da
indispensável integração
latino-americana.Como todo
revolucionário, Chávez ultrapassa seu
tempo físico e se mantém entre nós
como criador, um construtor, um
animador e um formador de consciências
transformadoras.
Beto Almeida
é jornalista membro do diretório da
TeleSUR. Artigo publicado
originalmente na Carta Maior
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