Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
O mês de aniversario do Golpe Militar de 1964 provocou uma explosão de manifestações, seminários e grupos de trabalho visando a esclarecer as circunstancias históricas e políticas daqueles episódios.
Até agora, no entanto, passou em branco o papel dos grupos de mídia no episódio.
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Os fundadores da democracia norte-americana pensaram em três instituições - Executivo, Judiciário e Legislativo - controlando-se através do sistema de freio e contrapesos. E a supervisão geral seria dos grupos sociais genericamente denominados de opinião publica que, pelo voto, escolheriam os governantes.
A instituição incumbida de sistematizar a informação e dar voz à opinião pública foram os jornais. A imprensa local se alastra pelos Estados Unidos proporcionando diversidade cultural, política e reforçando a crença no modelo instituído.
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As novas tecnologias provocam uma mudança radical no modelo.
Com o monopólio das transmissões de telégrafo, a Western Telegraph funda a primeira agência de notícias, a Associated Press, a consegue abrangência nacional. Usa o poder obtido para eleger em 1877 o presidente republicano Rutherford Hayes em um episódio retratado como “a fraude do século”.
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Depois, o avanço da telefonia permitiu a montagem das redes nacionais e aí, além da homogeneização da notícia e da opinião, os cabeças de rede traziam os grandes anunciantes nacionais. As redes de TM consolidam o modelo de empresa de mídia, um misto de jornalismo, show e marketing, que se transforma no mais influente formador de opinião não só nos EUA como no Brasil, superando a influência das igrejas, sindicatos e partidos políticos.
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Duas novas revoluções tecnológicas enfraquecem o modelo. A primeira, a da TV fechada. A segunda, muito mais ampla, da Internet, acabando com o cartel das concessões do espaço público.
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Em pelo menos três episódios de intensa politização da mídia, o que estava por trás eram as estratégias para enfrentar as novas tecnologias: o golpe de 64 no Brasil; a campanha contra Barack Obama, nas eleições norte-americanas; e a campanha sistemática dos grupos de mídia a partir de 2005.
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Nos anos 60, os grupos de mídia temiam o avanço de novos grupos através das redes de TV aberta. Nos anos 2010, o risco é a perda de controle para os grupos de telecomunicações e para as redes sociais.
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O australiano radicado nos EUA Rupert Murdoch definiu o modelo de atuação das empresas de mídia: lançar um candidato à presidência, desenvolver um discurso virulento (que foi pedir emprestado do grupo de ultra-direita Tea Party) e levar a disputa para o campo político. Barack Obama enfrentou a pior campanha difamatória da história dos EUA.
Esse modelo foi replicado no Brasil a partir da experiência de Roberto Civita na revista Veja. Nesse período, as empresas de mídia trouxeram de volta o fantasma da guerra fria, da suposta cubanização do Brasil, da ditadura do proletariado.
Menos do que uma guerra ideológica, essas campanhas denotavam apenas uma estratégia empresarial de um setor que foi irremediavelmente atropelado pelas novas tecnologias.
O mês de aniversario do Golpe Militar de 1964 provocou uma explosão de manifestações, seminários e grupos de trabalho visando a esclarecer as circunstancias históricas e políticas daqueles episódios.
Até agora, no entanto, passou em branco o papel dos grupos de mídia no episódio.
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Os fundadores da democracia norte-americana pensaram em três instituições - Executivo, Judiciário e Legislativo - controlando-se através do sistema de freio e contrapesos. E a supervisão geral seria dos grupos sociais genericamente denominados de opinião publica que, pelo voto, escolheriam os governantes.
A instituição incumbida de sistematizar a informação e dar voz à opinião pública foram os jornais. A imprensa local se alastra pelos Estados Unidos proporcionando diversidade cultural, política e reforçando a crença no modelo instituído.
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As novas tecnologias provocam uma mudança radical no modelo.
Com o monopólio das transmissões de telégrafo, a Western Telegraph funda a primeira agência de notícias, a Associated Press, a consegue abrangência nacional. Usa o poder obtido para eleger em 1877 o presidente republicano Rutherford Hayes em um episódio retratado como “a fraude do século”.
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Depois, o avanço da telefonia permitiu a montagem das redes nacionais e aí, além da homogeneização da notícia e da opinião, os cabeças de rede traziam os grandes anunciantes nacionais. As redes de TM consolidam o modelo de empresa de mídia, um misto de jornalismo, show e marketing, que se transforma no mais influente formador de opinião não só nos EUA como no Brasil, superando a influência das igrejas, sindicatos e partidos políticos.
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Duas novas revoluções tecnológicas enfraquecem o modelo. A primeira, a da TV fechada. A segunda, muito mais ampla, da Internet, acabando com o cartel das concessões do espaço público.
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Em pelo menos três episódios de intensa politização da mídia, o que estava por trás eram as estratégias para enfrentar as novas tecnologias: o golpe de 64 no Brasil; a campanha contra Barack Obama, nas eleições norte-americanas; e a campanha sistemática dos grupos de mídia a partir de 2005.
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Nos anos 60, os grupos de mídia temiam o avanço de novos grupos através das redes de TV aberta. Nos anos 2010, o risco é a perda de controle para os grupos de telecomunicações e para as redes sociais.
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O australiano radicado nos EUA Rupert Murdoch definiu o modelo de atuação das empresas de mídia: lançar um candidato à presidência, desenvolver um discurso virulento (que foi pedir emprestado do grupo de ultra-direita Tea Party) e levar a disputa para o campo político. Barack Obama enfrentou a pior campanha difamatória da história dos EUA.
Esse modelo foi replicado no Brasil a partir da experiência de Roberto Civita na revista Veja. Nesse período, as empresas de mídia trouxeram de volta o fantasma da guerra fria, da suposta cubanização do Brasil, da ditadura do proletariado.
Menos do que uma guerra ideológica, essas campanhas denotavam apenas uma estratégia empresarial de um setor que foi irremediavelmente atropelado pelas novas tecnologias.
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