sábado, 8 de março de 2014

O debate sobre pleno emprego e o mercado de trabalho em Santa Catarina




José Álvaro de Lima Cardoso (Economista e supervisor técnico do Dieese em SC)
     O termo pleno emprego, em economia, se refere à utilização de todos os fatores disponíveis (trabalho e capital, por exemplo) a preços de equilíbrio. Geralmente se utiliza esta expressão pensando em pleno emprego do fator trabalho, isto é, o pleno emprego de trabalhadores. Uma situação de pleno emprego no mercado de trabalho, seria uma situação em que todos os trabalhadores que aceitem receber os chamados “salários de equilíbrio” estão empregados. Apesar do Brasil estar, em termos de mercado de trabalho, no melhor momento da sua história, não podemos afirmar que o pais tem pleno emprego. A Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese, por exemplo, revela que existe, ainda, uma taxa de desemprego, em torno dos 10%.
      Em Santa Catarina, nos últimos 12 meses até janeiro/14, o saldo do emprego formal foi de 73.365 empregos, um aumento do emprego formal de 3,81%. Bem acima do Brasil (2,64%), acima do Paraná (3,36%) e acima do Rio Grande do Sul (3,03%). Este crescimento do emprego formal em Santa Catarina (3,81%), é muito importante, se considerarmos que, segundo a PNAD (2012 e 2011), a População Economicamente ativa (PEA) de Santa Catarina, aumentou em 2012, em relação ao total da PEA verificada no ano anterior, apenas 0,7%, o que representa a entrada de 25 mil pessoas na condição de economicamente ativos. Isto significa que o número de empregos formais em Santa Catarina vem crescendo acima do ritmo de crescimento da PEA catarinense (segundo projeção do SINE/SC a PEA em Santa Catarina com 15 anos ou mais de idade totaliza 3 milhões e 510 mil pessoas, 55% de trabalhadores do sexo masculino e 45% do sexo feminino). Este é um fenômeno que vem ocorrendo há vários anos no estado. 
     Neste quadro geral, não é por acaso que a taxa de desocupação medida pela PNAD em Santa Catarina, apresentou queda entre 2011 e 2012. A referida taxa em 2012 foi de 3% em Santa Catarina, o que significa um contingente de 103 mil pessoas desocupadas que estavam à procura de emprego por ocasião da pesquisa. A taxa de Santa Catarina é metade da observado ao nível nacional, que ficou em 6,1% no total no mesmo ano. Independentemente do debate conceitual se existe ou não pleno emprego em Santa Catarina, não resta dúvidas que a situação no mercado de trabalho brasileiro e catarinense é a melhor da história.

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