(Hoje em Dia) - Durante
boa parte do século XX, principalmente nas décadas de 40, 50, 60 e 70, os
militares latino-americanos costumavam ser apresentados e conhecer, uns aos
outros, na então tristemente famosa “Escola das Américas”.
Um
complexo militar norte-americano instalado na Zona do Canal do Panamá, onde
eram treinados e instruídos pelas forças armadas dos EUA, e cooptados por
“técnicos” do Pentágono e da CIA, para cerrar fileiras com os Estados Unidos na
luta contra o “comunismo” e a URSS.
Era ali
que urdiam e aprendiam como dar golpes sangrentos, nos quais a primeira vítima
era a Liberdade, e a segunda, seus próprios povos, obrigados a padecer anos e
anos sob o tacão de ditaduras, da quebra do Estado de Direito, do terror e da
tortura.
Na semana
passada, militares e especialistas em defesa da América do Sul se reuniram em
Bogotá, para participar de mais um encontro do Conselho de Defesa da América do
Sul, organismo vinculado à UNASUL - cuja presidência está sendo exercida, de
forma compartilhada, pela Colômbia e o Suriname.
Criado em
2008, o CDS está voltado para quatro linhas de atuação: assistência humanitária
e cooperação militar; formação e capacitação; políticas de defesa; e indústria
e tecnologia bélica.
A sua
existência tem permitido uma aproximação maior, na área de defesa, entre
Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Ecuador, Peru, Chile,
Guiana, Suriname e Venezuela.
Colômbia
e Chile – apesar de membros da Aliança do Pacífico, prejudicada pelo pífio
crescimento mexicano de apenas 1.2% - são sócios do Brasil no projeto do jato
de transporte militar da Embraer KC-390, (foto - com Argentina, Portugal e
República Tcheca). O Brasil compra lanchas fluviais de ataque colombianas para
a marinha e o Peru mantêm estreita cooperação com Brasília, principalmente
agora que os dois países tem comprado mais armamento russo.
Na
reunião de Bogotá foram apresentadas e analisadas as metodologias de
planejamento estratégico e de gestão orçamentária na área de defesa da
Argentina, Brasil, Chile, Colombia, Peru e Venezuela, com o objetivo de “estabelecer
as bases para o desenvolvimento das forças armadas do futuro da região”, um dos
temas da reunião de Ministros de Defesa da UNASUL, que está programada para os
dias 19 e 20 de fevereiro, em Panamaribo.
Uma
situação impensável há alguns anos, se consideramos problemas relativamente
recentes, como os que opuseram a Colômbia à Venezuela, envolvendo as FARC - que
já estão em processo de pacificação – e, historicamente, o Peru ao Chile, por
limites fronteiriços.
Esses conflitos
eram usados, no passado, por nações de outras regiões, para nos dividir e
separar, e, hoje, não impedem que nossos países compartilhem informações
estratégicas, e cooperem mutuamente em torno de projetos e objetivos comuns,
nas reuniões do Conselho de Defesa da América do Sul.
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