domingo, 29 de setembro de 2013

E como você avalia o futuro leilão de Libra?


Sobre este leilão, que corresponde à alienação de uma riqueza no valor de, no mínimo, US$ 1 trilhão, o povo não sabe de nada. Libra é um campo com as reservas razoavelmente medidas, então, não pode ser leiloado. Leilão é para, na melhor das hipóteses, blocos com perspectiva de existência de petróleo. Só no Iraque e no Brasil se leiloa petróleo conhecido existente no subsolo, sendo que, no Iraque, há tanques, caças e metralhadoras apontadas para os iraquianos. E aqui? O que tem apontado?
Libra tinha que ser entregue à Petrobras, sem leilão, para esta assinar um contrato de partilha com a União, se comprometendo a remeter 80% do lucro líquido para o Fundo Social, o que nenhuma empresa privada fará. Esta entrega direta à Petrobras é prevista no artigo 12 da lei 12.351. Esta é a única forma, hoje, já que não temos o monopólio, de não se permitir que Libra sirva somente para a acumulação capitalista, sem trazer grande usufruto para a sociedade.
Se for feita uma enquete nas ruas do Brasil, de norte a sul, perguntando ao povo: “O que você acha sobre o leilão de Libra, que irá acontecer em 21 de outubro próximo?”, será constatado que 99% da população desconhece o que é Libra. Um assunto tão relevante mereceria, no mínimo, um plebiscito bem organizado para a decisão ser tomada.
Enquanto isso, a questão dos royalties, que são uma parcela menor, é discutida à exaustão pela mesma estratégia vitoriosa de desviar a atenção. A população deveria ir para as manifestações com cartazes contra o leilão de Libra. Ou a presidente Dilma poderia, com uma simples penada, resolver tudo isto, cancelando este dano social.


 Paulo Metri é graduado em Engenharia Mecânica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e conselheiro do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro.

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