Roberto Campos, heroi dos entreguistas
GOOD, VERY GOOD!
LEILÃO DO PETRÓLEO PODE ENTREGAR 30 BILHÕES DE BARRIS
Por Emanuel Cancella
“As reservas
brasileiras reconhecidas somam 14 bilhões de barris de petróleo. A 11ª
rodada de licitação do petróleo poderá entregar mais que o dobro de
nossas reservas, a julgar pela declaração da própria Diretora-Geral da
ANP, Magda Chambriard, durante Seminário realizado no dia 18 de março,
em Copacabana, no Rio.
Na abertura
do evento, promovido pela ANP e pelo governo federal, com o objetivo de
apresentar os blocos a serem leiloados aos investidores, a
diretora-geral da Agência, Magda Chambriard, destacou a importância da
licitação, que acontecerá nos dias 14 e 15 de maio, com a oferta de 289
blocos distribuídos em 11 Bacias Sedimentares: Barreirinhas, Ceará,
Espírito Santo, Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Parnaíba,
Pernambuco-Paraíba, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano,
estimando que estará disponibilizando um volume de 30 bilhões de barris
e, ainda mais. A declaração a seguir foi transcrita da matéria divulgada
pela assessoria de imprensa da ANP:
“A rodada vai oferecer excelentes oportunidades para empresas de origem nacional e estrangeira, de todos os portes, interessadas em atuar no Brasil”, afirmou Magda Chambriard. Ela disse que estimativas apontam um volume de 30 bilhões de barris de óleo in situ (volume
de óleo ou gás em uma determinada região, cuja extração depende de
fatores de recuperação e que não pode ser entendido como reserva) nas bacias da Margem Equatorial incluídas na rodada, além de cinco bilhões de óleo in situ na Bacia do Espírito Santo e 1,7 bilhão de óleo in situ nas bacias maduras.
É
lamentável, mas a maioria dos brasileiros não está se dando conta do que
está acontecendo. As mudanças da lei do petróleo, durante o governo
Lula, adotando modelo de compartilhamento e nomeando a Petrobrás como
operadora única do pré-sal, despertou a ira
nas multinacionais. Mas elas preferiram ficar caladas, segundo denuncia
do “Wikileaks” que revelou o conteúdo de um telegrama, afirmando que “qualquer ação deveria ser feita com cautela, para não despertar o nacionalismo nos brasileiros”.
O que estamos assistindo leva a algumas conclusões óbvias: discutir
os royalties como fazem a presidenta, os governadores, o Congresso
Nacional, o STF é a forma mais eficaz de desviar a atenção da sociedade e
deixar acontecer a 11ª rodada de leilão da ANP. Os royalties
funcionam como “boi de piranha”. Mas enquanto as piranhas comem um boi,
passa a boiada. Enquanto se discute os royalties que representam 10% da
indústria do petróleo, as multinacionais levam os 90%.
Se nos
leilões anteriores a Petrobrás teve posição arrojada, arrematando a
maior parte dos blocos e, com isso, reduzindo as perdas da nação, desta
vez a empresa entrará na disputa de mãos atadas: sob a síndrome do “prejuízo” que lhe foi imputado falsamente, já que teve um lucro de R$ 21 bilhões.
Os recursos
que entram por meio dos leilões pouco representarão na contabilidade da
Petrobrás. Por isso, costumamos afirmar que a ANP está vendendo um
bilhete premiado. Só a submissão exacerbada de um país – ou a corrupção desenfreada em alguns escalões – explicaria a manutenção dos leilões de petróleo, nos moldes anunciados pela ANP.
Ao invés de
despertamos o nacionalismo em defesa do nosso petróleo, nossos
representantes criam a disputa, a guerra entre os estados brasileiros,
chamam até de “covardia”, gritam “Veta Dilma!”. Enquanto isso, as
multinacionais fazem o banquete com nosso petróleo.
Perplexos, temos a impressão de estar assistindo a grande conluio entre as classes dominantes e seus representantes em todas as esferas – executivo, legislativo, judiciário, grande mídia –
para desviar a atenção do que realmente importa, deixando o povo
desnorteado e confuso. Parecem compactuar com o que disse o primeiro
Diretor-Geral da ANP, David Zilberstein, então no governo de Fernando
Henrique Cardoso, para uma platéia de megaempresários: “O petróleo é vosso!”
FONTE:
escrito por Emanuel Cancella, diretor do Sindipetro-RJ e da Federação
Nacional dos Petroleiros (FNP). Transcrito no portal “Viomundo” (http://www.viomundo.com.br/denuncias/cancella-entreguismo-sera-de-300-bilhoes-de-barris.html).
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