domingo, 3 de abril de 2016

O homem que ameaçou matar o ministro


Do blog Viomundo. Extraído do blog do Miro

Adrianno Ravaglio é cantor de sertanejo universitário.

Com o parceiro Marcello, canta letras de amor: “Eu só penso em você, com a força do coração, cada segundo que passa, aumenta a minha paixão”.

No Facebook, exibe os músculos e as tatuagens, mas é de poucas palavras.

Refere-se ao ministro Teori Zavascki, do STF, como “velho filha da puta, pelego do PT”.

A uma foto da presidente Dilma com a atriz Letícia Sabatella acrescentou uma única palavra: “Lixos”.

Adrianno é de Curitiba, no Paraná. É possível depreender a dieta informativa que ele consome a partir das postagens que faz no Facebook: demitida da revista Veja, Joice Hasselman criou o canal VejaJoice no You Tube — aliás, sem nenhum pejo. Adrianno aparenta ser fã dela.

Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo e Rodrigo Constantino fazem aparições. O juiz Sérgio Moro é ídolo inconteste, a intervenção militar uma possibilidade, e a ameaça vermelha do PT parece assombrar as noites do cantor.

Ele reproduz postagens de blogs de extrema-direita cujo respeito à verdade factual é limitado. Trata-se, acima de tudo, da agitação política que deve desaguar em 10% dos votos para Jair Bolsonaro, como salvador da Pátria, nas eleições de 2018.

No Facebook do ministro Edinho Silva, ele deixou as seguintes mensagens:



*****

Nota à imprensa

Do blog de Edinho Silva

Hoje fui ameaçado de morte por um senhor que diverge dos meus posicionamentos na imprensa, quando alerto para os riscos que corremos enquanto sociedade com agravamento da intolerância. A ameaça foi feita na minha página no Facebook.

Informei oficialmente o Ministério da Justiça, por intermédio do ministro Eugenio Aragão, sobre o ocorrido. As medidas cabíveis serão tomadas.

De minha parte, esse tipo de ameaça não me fará mudar minhas convicções. Continuarei defendendo a democracia, a legalidade, o respeito à Constituição Federal. E vou estar, em todos os espaços possíveis, defendendo que a única saída para a crise política que estamos enfrentando está no diálogo e na construção de uma agenda de unidade nacional, que seja maior que as divergências políticas e nos coloque novamente no caminho da retomada do crescimento econômico e do fortalecimento institucional. A democracia não admite atalhos, nem intolerância.

Abaixo, a nota que divulguei para a imprensa.

“A ameaça a mim dirigida é mais uma demonstração da avalanche intolerante que tomou conta do Brasil. Pessoas falam em matar como se fosse um ato simples, sem significado. A partir deste episódio, enfatizo a necessidade de fortalecermos o diálogo como instrumento de superação da crise política, para vencermos a intolerância e unificarmos o país, respeitando a nossa diversidade política, religiosa, de opções cidadãs, de raças, gêneros e culturais”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário