Os
senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Ana Amélia (PP-RS)
O
simulacro da normalidade golpista no Senado
por
Jeferson Miola
A
farsa do impeachment começou o segundo estágio. Ontem, 26 de abril, o Senado
instalou a Comissão Especial que será presidida pelo peemedebista Raimundo
Lira, da Paraíba, e terá como relator o tucano Antonio Anastasia, conterrâneo e
aliado de Aécio Neves.
O
Senado fará um esforço monumental para desfazer a imagem dantesca da
“assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”
do 17 de abril, que desmanchou a farsa do golpe perante o mundo inteiro.
Com
a tradição de ser uma casa mais “recatada” que a Câmara, “suas excelências”
farão de tudo para parecerem menos gangsteres que seus sócios golpistas da
Câmara. Isso é decisivo para a tentativa de aparentar certa legitimidade e
civilidade do golpismo.
Eles
vão conceder prazos adicionais para a defesa da Presidente, evitarão arroubos e
excessos, tentarão controlar suas posturas trogloditas e farão o máximo para
dissimular um cenário de serenidade e normalidade.
Apesar
disso, os golpistas não conseguirão desfazer a imagem do golpe, porque como
apenas referendarão a decisão da “assembléia geral de bandidos”, entrarão para
a História como uma sucursal daquele bandidismo.
Não
precisa ser vidente para descobrir que o parecer do senador tucano vai endossar
a fraude criada pela “assembléia geral de bandidos”.
O
impeachment é uma farsa sem retorno do golpe de Estado que já aconteceu. A
tramitação no Senado é mera formalidade de um processo que já está decidido por
antecipação. A conivência do STF com a condução criminosa deste processo joga
água fria sobre qualquer expectativa de reversão.
Os
perpetradores do golpe já estão montando o governo impostor. Eles não
disfarçam: sequer aguardam o resultado da decisão do plenário do Senado no dia
11 de maio, que decidirá ilegalmente pela admissibilidade do julgamento de
impeachment sem crime de responsabilidade.
O
PSDB do relator Anastasia já decidiu que participará “por inteiro” do governo
impostor e ilegítimo do golpista Temer.
Alguma
dúvida sobre o conteúdo do parecer do mandalete do Aécio?
Os
golpistas travam uma batalha titânica para tentar reverter a consciência
democrática no Brasil e no mundo inteiro de que o golpe não é golpe. Por isso
se apegam ao discurso cínico da normalidade institucional.
As
aparências, contudo, não conseguem enganar. Por debaixo da superfície de
aparente calmaria, se arma um poderoso maremoto de luta e resistência ao golpe
e ao governo ilegítimo que dele poderá resultar.
Fonte:
viomundo
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