sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Greve na Índia contra abertura do setor de supermercados a multinacionais


Trabalhadores em greve na Índia, nesta quinta-feira, contra reformas do governo.

Trabalhadores em greve na Índia, nesta quinta-feira, contra reformas do governo.
REUTERS/Jitendra Prakash

 

RFI

Greve nacional na Índia paralisa várias cidades do país nesta quinta-feira. O movimento é em protesto contra reforma do governo, anunciada na semana passada, que permite a entrada no mercado interno de multinacionais do setor de distribuição.

 

A greve foi convocada por partidos de oposição, sindicatos e pequenos comerciantes. Eles temem que a chegada das multinacionais do setor de distribuição à Índia acabe com os pequenos mercados, lojas e supermercados indianos. A paralisação de 24 horas atinge o comércio varejista de várias cidades, mas também o tráfico ferroviário e até escolas privadas. Cerca de 50 milhões de trabalhadores aderiram ao movimento, segundo a principal central sindical indiana.

Várias manifestações foram convocadas para hoje na capital Nova Délhi e em outras cidades do país. Mumbai, a capital econômica da Índia, é uma das únicas cidades a não ter aderido à greve. Os motoristas de ônibus e caminhoneiros também devem cruzar os braços hoje para protestar contra o aumento de 12% no preço dos combustíveis.

Esta é a segunda vez que o primeiro-ministro Manmohan Singh tenta liberalizar o lucrativo setor da distribuição, avaliado em 470 milhões de dólares por ano. Ele voltou a propor a reforma na semana passada com o objetivo de estimular a economia. No ano passado o governo já tinha tentado implementar a medida, mas teve que recuar diante da grande oposição até dentro da coalizão governamental. A decisão autoriza grupos estrangeiros, como Walmart ou Carrefour, a comprar até 51% do capital de lojas e mercados varejistas multimarcas indianos.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário