25/05/2012
No sul de SC, abertura de mercado para exportação de produtos de um frigorífico para a multinacional Nestlé exigiu a presença do sindicato da categoria e relatório sobre as condições de trabalho
Escrito por: Maristela Benedet - Imprensa Sintiacr
O conjunto de pressões em nível nacional e
internacional no combate as condições de trabalho nas agroindústrias do
país, já traz os primeiros reflexos positivos. Além das exigências
rigorosas do mercado internacional no quesito dos produtos, as empresa
estão começando a ver os trabalhadores com “outros olhos” e, adicionando
critérios dentro das suas negociações comerciais no que se refere às
relações de ambiente e condições de trabalho. No sul de Santa Catarina,
a abertura de mercado para exportação de produtos pela multinacional
Nestlé (Suíça) de um frigorífico da região, produtor de cortes de aves,
exigiu a presença do sindicato da categoria e relatório sobre as
condições de trabalho.
“O fato que nos trouxe satisfação, é que a
luta no combate a imagem do trabalho duro e incessante, que adoece e
mutila milhares de trabalhadores diariamente e, a forte pressão e
mobilização em todo o país de pressão pela aprovação de uma Norma
Regulamentadora (NR) para o setor, visando preservar a saúde da
categoria, tiveram avanços e está mostrando seus resultados concretos e
chamando atenção do mercado internacional”, relata Célio Alves Elias,
presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação
de Criciúma e região (Sintiacr).
Segundo o sindicalista, entre os
critérios relacionados pela auditoria contratada pela multinacional
integravam a garantia do direito básico aos trabalhadores; liberdade de
associação e direito as negociações coletivas respeitadas; horas
trabalhadas e condições de trabalho s seguras e higiênicas; não a
mão-de-obra infantil; pagamento de salários dignos e as horas de
trabalho não excessivas; não permissão do Tratamento desumano e severo
entre outros. A auditora coletou informações e entrevistou 32
trabalhadores sorteados. Célio avalia que a sua participação e do
presidente da Confederação, representando o Brasil em debates na América
Latina no Chile e em Cuba, garantiu mais expressão a força da
organização sindical dessa categoria.
O presidente da Confederação Nacional dos
Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac), Siderlei de
Oliveira, acredita que todo o trabalho e participação da Confederação
nas conferências internacionais e mobilizações nacionais, repercutiram
na postura de várias empresas que estão implantando o relatório
social. “A partir das exigências de padrão internacional para a
exportação, no que se refere também à situação dos trabalhadores no
ambiente de trabalho, eles mudaram o olhar sobre o trabalhador e começam
a se ajustam a estas exigências,” pondera.
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