Roberto Torres Collazo
Ativista de Porto Rico residente em Massachussets
Adital
Tradução: ADITAL
Talvez muitos se surpreendam com a qualificação "subdesenvolvida” que adotamos nesse texto. Talvez deva-se a que nos acostumamos a qualificar de "subdesenvolvidos” a um grande número de países pobres da América Latina e do Caribe, da África e da Ásia. Os Estados Unidos é um país altamente industrializado e rico; porém, contraditoriamente, apresenta traços muito parecidos aos países pobres em assuntos vitais, como a economia, a saúde, alimentos, emprego e habitação.
O economista chileno, especialista em economia internacional, Manfred Max-Neff, em sua investigação ético-econômica, realizada conjuntamente com o físico B. Smith, em "Economics Unmasked” (2011) [A Economia Desmascarada] recolhe dados que mostram a realidade atual dos EUA.
A realidade é que 50 milhões de estadunidenses necessitam tickets governamentais de alimentos para poder comer; 45 milhões não têm seguro médico e têm o sistema de saúde mais caro do mundo. A Dra. Marcia Angell, ex-diretora do The New England Journal of Medicine, da Universidade de Harvard, nos diz que os estadunidenses chegaram ao extremo de comprar remédios no Canadá: "Os remédios no Canadá custam a metade ou dois terços a menos do que nos Estados Unidos. Isso explica porque, em 2002, mais de um milhão de estadunidenses compravam remédios no Canadá”. 5 milhões de famílias tiveram suas casas embargadas pelos bancos e outros 13 milhões estão em processo para 2014. No país mais rico do mundo há 3 milhões de pessoas sem teto, vivem literalmente nas ruas e os albergues não dão conta devido ao número crescente de pessoas que perambulam. O desemprego é de 8,1%, segundo cifras do governo.
Chama a atenção que as cifras que geralmente são apresentadas à imprensa informam que o índice de emprego aumentou; porém, não dizem que são empregos temporários; mas as pessoas querem empregos permanentes devido ao alto custo de vida; não mencionam que muitos são trabalhos de baixos salários; nem mencionam que são empregos especializados; não mencionam os que ainda estão buscando trabalho ou simplesmente se cansaram de buscar e, por isso, não aparecem nas estatísticas. Quase todas as cifras antes mencionadas se duplicam quando se trata de latinos, afroamericanos e asiáticos. A realidade vivida nos EUA explica em parte que a drástica diminuição em anos recentes da imigração sem documentos através da fronteira México-EUA.
A essa realidade, soma-se o fato de que nos Estados Unidos, com uma população de 300 milhões, 400 famílias somente, do total combinado de riquezas e ingressos, acumularam a enorme cifra de U$ 1.57 trilhões de dólares. Possuem mais de 50% da riqueza de toda a população. Em 2000, os altos executivos das grandes corporações-multinacionais viram seus salários aumentar com uma diferença de U$ 90 sobre U$ 1 ganho em média por um trabalhador. Isso sem contar os bônus e outros benefícios dos superricos e milionários. Uma elite de 1% fica com os ingressos de 99% da população. Seria ingênuo crer que as riquezas que acumularam fora devido à sua educação, aos sacrifícios e ao trabalho.
O modelo neoliberal que ganhou forças com o ex-presidente Ronald Reagan e com a ex-primeira ministra inglesa Margareth Thatcher no início dos anos 80 explica aonde chegou o povo estadunidense e suas minorias atualmente. A ideologia do neoliberalismo postula que tudo tem que ser privatizado; a tecnologia está acima dos trabalhadores; os sindicatos (nos EUA são conhecidos como Uniões) são atacados; a desregulação dos mercados beneficia a todos; na prática as corporações-multinacionais e os bancos –não o governo- dirigem o país. Os ataques às ajudas sociais são alguns de seus principais postulados, com resultados nefastos. Essa radiografia mostra que os EUA converteram-se em uma nação subdesenvolvida, cheia de pobres e desigualdades.
Mesmo assim, ainda acreditamos que outro Estados Unidos é possível.
Talvez muitos se surpreendam com a qualificação "subdesenvolvida” que adotamos nesse texto. Talvez deva-se a que nos acostumamos a qualificar de "subdesenvolvidos” a um grande número de países pobres da América Latina e do Caribe, da África e da Ásia. Os Estados Unidos é um país altamente industrializado e rico; porém, contraditoriamente, apresenta traços muito parecidos aos países pobres em assuntos vitais, como a economia, a saúde, alimentos, emprego e habitação.
O economista chileno, especialista em economia internacional, Manfred Max-Neff, em sua investigação ético-econômica, realizada conjuntamente com o físico B. Smith, em "Economics Unmasked” (2011) [A Economia Desmascarada] recolhe dados que mostram a realidade atual dos EUA.
A realidade é que 50 milhões de estadunidenses necessitam tickets governamentais de alimentos para poder comer; 45 milhões não têm seguro médico e têm o sistema de saúde mais caro do mundo. A Dra. Marcia Angell, ex-diretora do The New England Journal of Medicine, da Universidade de Harvard, nos diz que os estadunidenses chegaram ao extremo de comprar remédios no Canadá: "Os remédios no Canadá custam a metade ou dois terços a menos do que nos Estados Unidos. Isso explica porque, em 2002, mais de um milhão de estadunidenses compravam remédios no Canadá”. 5 milhões de famílias tiveram suas casas embargadas pelos bancos e outros 13 milhões estão em processo para 2014. No país mais rico do mundo há 3 milhões de pessoas sem teto, vivem literalmente nas ruas e os albergues não dão conta devido ao número crescente de pessoas que perambulam. O desemprego é de 8,1%, segundo cifras do governo.
Chama a atenção que as cifras que geralmente são apresentadas à imprensa informam que o índice de emprego aumentou; porém, não dizem que são empregos temporários; mas as pessoas querem empregos permanentes devido ao alto custo de vida; não mencionam que muitos são trabalhos de baixos salários; nem mencionam que são empregos especializados; não mencionam os que ainda estão buscando trabalho ou simplesmente se cansaram de buscar e, por isso, não aparecem nas estatísticas. Quase todas as cifras antes mencionadas se duplicam quando se trata de latinos, afroamericanos e asiáticos. A realidade vivida nos EUA explica em parte que a drástica diminuição em anos recentes da imigração sem documentos através da fronteira México-EUA.
A essa realidade, soma-se o fato de que nos Estados Unidos, com uma população de 300 milhões, 400 famílias somente, do total combinado de riquezas e ingressos, acumularam a enorme cifra de U$ 1.57 trilhões de dólares. Possuem mais de 50% da riqueza de toda a população. Em 2000, os altos executivos das grandes corporações-multinacionais viram seus salários aumentar com uma diferença de U$ 90 sobre U$ 1 ganho em média por um trabalhador. Isso sem contar os bônus e outros benefícios dos superricos e milionários. Uma elite de 1% fica com os ingressos de 99% da população. Seria ingênuo crer que as riquezas que acumularam fora devido à sua educação, aos sacrifícios e ao trabalho.
O modelo neoliberal que ganhou forças com o ex-presidente Ronald Reagan e com a ex-primeira ministra inglesa Margareth Thatcher no início dos anos 80 explica aonde chegou o povo estadunidense e suas minorias atualmente. A ideologia do neoliberalismo postula que tudo tem que ser privatizado; a tecnologia está acima dos trabalhadores; os sindicatos (nos EUA são conhecidos como Uniões) são atacados; a desregulação dos mercados beneficia a todos; na prática as corporações-multinacionais e os bancos –não o governo- dirigem o país. Os ataques às ajudas sociais são alguns de seus principais postulados, com resultados nefastos. Essa radiografia mostra que os EUA converteram-se em uma nação subdesenvolvida, cheia de pobres e desigualdades.
Mesmo assim, ainda acreditamos que outro Estados Unidos é possível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário