quarta-feira, 30 de maio de 2012
Bancários citam oligopólio e criticam eventual compra de Santander por Bradesco
29/5/2012
Uma eventual compra do Santander Brasil pelo Bradesco aumentará a concentração do setor financeiro, o que dificulta a queda do juro e prejudica a sociedade em geral. Essa é a opinião da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
As duas entidades sindicais divulgaram nota oficial nesta segunda-feira (28) ressaltando preocupação com as negociações entre os dois bancos, ainda restritas aos bastidores do sistema financeiro. A venda das operações brasileiras pela matriz espanhola ajudaria o Santander a tomar fôlego para enfrentar a crise bancária européia.
“A prática de mercado nos mostra que quanto mais concentrado um setor maior sua capacidade de determinação de preços abusivos. O preço cobrado pelos bancos do consumidor é o juro, portanto qualquer processo que intensifique a concentração no setor certamente estaria na contramão das recentes medidas do governo brasileiro de redução das taxas de juros praticadas no país, condição fundamental para a continuidade do processo de desenvolvimento econômico”, diz a nota.
Segundo informações dos sindicatos, as fusões e aquisições de empresas financeiras vem se acentuando nas duas últimas décadas. Em 1999, os seis maiores bancos (BB, Caixa, Bradesco, Itaú, Unibanco e Banespa) concentravam 59% dos ativos totais do Sistema Bancário Brasileiro do Banco Central. Em 2011, ou seja, doze anos depois, os seis maiores bancos (BB, Itaú-Unibanco, Bradesco, CEF, Santander e HSBC) passaram a concentrar 81% dessa base de cálculo.
A tendência seria a mesma com relação às operações de crédito. Enquanto em 1999 os seis maiores bancos possuíam pouco mais de 60% do total de operações de crédito do setor, em 2011 essa participação chegaria a 83%. “Tais números são suficientes para caracterizar o setor bancário brasileiro como um oligopólio”, aponta o texto.
“O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não pode permitir um processo de fusão/aquisição que gere tamanhos danos para a sociedade brasileira, principalmente no momento em que existe enorme necessidade de que o setor financeiro contribua definitivamente para o desenvolvimento econômico com distribuição de renda e justiça sócia”, finaliza a nota.
(Fonte: Carta Maior)
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