Extraído do Conversa Afiada.
O ansioso blogueiro foi lançar “O Quarto Poder” em emocionante solenidade em Nova Friburgo, RJ, organizada pelo jovem Rodrigo Garcia.
O “emocionante” ficou por conta do depoimento informal que o
ansioso blogueiro colheu do grande brasileiro Guilherme Estrella, o
geólogo que, na Petrobras, chefiou a equipe que descobriu o pré-sal!
Garcia
se prepara para escrever um livro indispensável com depoimentos e
documentos que registrem a patriótica carreira de Estrella
Aposentado, ele mora em Friburgo.
No
evento propriamente dito, em breve pronunciamento, Estrella denunciou
aqueles que praticam o que chamou de “terrorismo de Estado” - os
transgressores que usam os direitos constitucionais e, dentro do
aparelho de Estado, engendram a crise e o Golpe!
E sugeriu que os jovens da plateia usassem a internet, maciçamente, para enfrentar esses “selvagens”.
Porque a “grande mídia”, aqui chamada de PiG, o PiG defende os totalitários!, disse ele!
Nos camarins, antes do evento, o ansioso blogueiro recolheu esse vídeo - “Estrella, por que o pré-sal é nosso?”.
Depois,
num jantar, cercado de jovens – e outros nem tanto, como o ansioso
blogueiro – Estrella abriu o baú da memória prodigiosa.
E contou o episódio de Majnoon, um dos maiores poços de petróleo do mundo, que os geólogos da Petrobras descobriram no Iraque.
A narrativa ilustra o caráter mau-caráter, traidor, do Cerra, que luta furiosamente para cumprir o que prometeu à Chevron: entregar o pré-sal, como demonstra o WikiLeaks.
Contou o Estrella.
Em
1963, militares da corrente baathista assumiram o poder no Iraque, que
era uma construção artificial dos ingleses, quando desmoronou o Império
Otomano – assistir a Lawrence de Arábia.
A certa altura, os jovens militares nacionalizaram o petróleo e criaram a INOC, Irak National Oil Company.
As
petrolíferas a quem, hoje, o Cerra quer entregar o pré-sal recorreram,
então, à Corte Internacional de Haia e, inacreditavelmente, venceram.
E se montou um embargo, de âmbito mundial, ao petróleo iraquiano.
O Iraque não podia mais vender petróleo, como aconteceu, recentemente, com o Irã, até fazer o acordo com os Estados Unidos.
Como se sabe, naquela altura, o Brasil importava 2/3 do petróleo que consumia e o Iraque era um de seus maiores fornecedores.
O Governo Geisel não teve duvida.
Desrespeitou o embargo e continuou a comprar petróleo do Iraque.
O
tempo passou e o Governo do Iraque, agradecido, comprou Volkswagens
brasileiros, pediu à empreiteira Mendes Junior – hoje destruída pelo
Moro – para construir uma ferrovia lá, e chamou geólogos da Petrobras
para tentar achar petróleo numa área promissora, mas inexplorada.
E
a Braspetro, – hoje quase destruída pelo Moro - , sob a liderança de
Bolivar Montenegro Guerra, descobriu um “super-gigante” poço.
O jovem Estrella estava lá, na equipe da Braspetro.
Segundo
o contrato original, a Braspetro teria uma fatia gorda no que achasse,
porque ela, sozinha, assumiu os riscos materiais e empregou a sua
tecnologia para fazer a incrível descoberta!
Uma certa manhã, a
equipe da Petrobras – que o Moro não descansa enquanto não destruir –
foi convocada, em Bagdá, à direção da INOC.
Os dirigentes iraquianos disseram, em bom português:
-
Parabéns, vocês são formidáveis, mas esse petróleo é nosso! Não faz
nenhum sentido o Iraque compartilhar essa riqueza incomensurável com
estrangeiros. O nosso futuro está aqui, em Majnoon. Então, nós agradecemos muito, vamos ressarcir sua empresa de todos os gastos feitos aqui, mas, passem bem!
E a Braspetro voltou para o Brasil de mãos abanando.
Abanando, não!
Com mais conhecimento, com um acervo tecnológico mais amplo, o que faz dela uma das melhores companhias petrolíferas do mundo.
Que o Cerra quer vender a preço de Vale – ou seja, a preço de banana!
(O
Estrella é uma pessoa sensata e jamais pensaria nisso. Mas, o ansioso
blogueiro imaginou que, se o Cerra fosse senador iraquiano e sugerisse
entregar Majnoon à Shell, poderia ser vítima de um método de persuasão
muito empregado pelos militares baathistas: o fuzilamento!)
O Conversa Afiada oferece essa narrativa e o vídeo do Estrella a todos aqueles que não puderam ir a Nova Friburgo.
Mas, que, nas ruas, na Câmara e no Senado, impedirão o Cerra de entregar Majnoon à Shell!
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