Terras são suficientes para produção
Mirthyani BezerraDimensão continental do País o diferencia dos demais
O Brasil possui cerca de 851 milhões de hectares de
terras utilizáveis. Segundo o diretor presidente da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes, que apresentou um painel com o
tema "Inovação: Etanol e Dendê", durante o Fórum Nordeste 2012, a dimensão
continental do País o diferencia dos demais. "O Brasil tem terras suficientes
para produção agrícola e energética", afirmou. Ao longo do painel, Arraes
apresentou alguns dos projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
Tecnológica (PD&I;) que vêm sendo realizados pela Embrapa voltados ao setor
sucroalcooleiro e à produção de energia através do dendê. "Temos mais de 40
projetos de pesquisa só na área de cana-de-açúcar", disse.
Ainda de acordo com o diretor presidente, a Embrapa
tem estabelecido parcerias com a iniciativa privada para a realização das
pesquisas, a exemplo do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), com o objetivo de
desenvolver estudos para o melhoramento genético da cana-de-açúcar,
biotecnologia e etanol celulósico, principalmente. Já na área de palmáceas
oleíferas, a Embrapa possui 132 atividades de pesquisa. Dentre as palmáceas, o
óleo do dendezeiro é o que possui maior índice de produtividade (quatro mil a
seis mil quilos/óleo/hec-tare/ano), sendo seguido pelo coqueiro e pela
oliveira.
"Dentre as vantagens do óleo de dendê como fonte de
energia está o alto rendimento dos cachos (20 toneladas por hectare por ano), do
óleo, da qualidade do óleo, entre outros fatores. Há grandes gargalos, porém,
como a necessidade de se produzir mais se-mentes e a redução dos cus-tos de
produção", disse.
Pedro Arraes afirmou ainda que técnicas estão sendo
desenvolvidas para vencer esses obstáculos. "Temos experimen-tado irrigação por
gotejamento e estamos tendo resultados surpreendentes", afirmou. A Embrapa
realizou ainda o zoneamento de áreas propícias para a produção do dendezeiro, a
exemplo de uma faixa na Amazônia Legal. "Poderia ser um cinturão de proteção da
floresta. Pequenos produtores locais que produzissem em dez hec-tares teriam, em
sete anos, renda mensal de R$ 4 mil", afirmou.
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