A
estagnação da economia no primeiro semestre afetou o desempenho do
BNDES, que destinou 3,8% menos recursos a projetos do que nos seis
primeiros meses de 2011. A liberação de dinheiro para financiamentos
reflete o andamento dos empreendimentos j á aprovados pelo banco. De
janeiro a junho, o BNDES liberou R$ 53,5 bilhões em empréstimos, ante R$
55,5 bilhões em 2011. Os problemas enfrentados pela indústria estão
diretamente relacionados a esse resultado. (Págs 1 e Economia B1)
A
estagnação da economia no primeiro semestre atingiu o desempenho do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que
liberou 3,8% menos recursos do que nos seis primeiros meses de 2011. A
liberação dos recursos para financiamentos reflete o andamento dos
projetos já aprovados pelo banco.
De
janeiro a junho, o BNDES liberou R$ 53,5 bilhões em empréstimos, em
comparação a R$ 55,596 bilhões no primeiro semestre de 2011. Os dados
constam do Relatório Gerencial Trimestral, enviado pelo BNDES ao
Congresso Nacional..
Até
maio, os desembolsos se mantiveram no mesmo ritmo de 2011, mas o
resultado de junho prejudicou o semestre. O relatório não informa
valores exatos. Subtraindo-se do total do semestre o que foi liberado
de janeiro a maio, conclui-se que o banco liberou R$ 9,69 bilhões em
junho, 0,31% acima de maio, mas 20,9% abaixo de junho de 2011.
O
primeiro semestre de 2011 já havia registrado queda de 6,3% em relação a
igual período de 2010. Havia preocupação com a inflação e o governo
tentava esfriar uma economia que tinha crescido 7,5% em 2010, na
esteira da reação à crise internacional. Em 2010, o BNDES acabara de
ser turbinado com aportes do Tesouro e liberou o recorde de R$ 168,4
bilhões, 23,5% acima do de 2009.
Com
a piora da crise internacional a partir de meados do ano passado, a
estagnação no início de 2012 foi mais forte do que o esperado. Para o
economista José Luís Oreiro, professor da Universidade de Brasília
(UrP) dados apontam para uma dificuldade estrutural, mas numa situação
diferente da observada na crise de 2008 para 2009, quando houve forte
recuo na demanda em geral: "Agora, é diferente: esgotou-se a capacidade
de a economia brasileira crescer."
Recuo.
O setor industrial recebeu do BNDES empréstimos em valor (R$ 15,2
bilhões) 18,9% menor do que no primeiro semestre de 2011. Mesmo o
segmento que mais recebeu empréstimos, o de alimentos e bebidas, com R$
2,3 bilhões no primeiro semestre, amargou recuo de 30,3% frente aos
R$3,3 bilhões dos seis primeiros meses de 2011.
O
resultado geral do primeiro c nestre só não foi pior porque o setor de
comércio e serviços recebeu R$ 13,8 bilhões, 33,5% a mais do que nos
seis primeiros meses de 2011.0 setor de infraes- trutura desembolsou
6,9% a menos, com R$ 20,1 bilhões.
Em
evidência com o lançamento do pacote de concessões de rodovias e
ferrovias, a área de transportes (inclui também atividades auxiliares,
de acordo com a classificação do BNDES) desembolsou R$ 11,8 bilhões no
primeiro semestre, 23,4% menos do que no ano passado.
Diante
dos valores de janeiro a junho, o BNDES teria de expandir os
desembolsos em 15,9% frente ao segundo semestre de 2011, para atingir a
previsão de liberar R$ 150 bilhões este ano. O presidente do banco,
Luciano Coutinho, tem destacado indícios de que a recuperação já
começou. Ainda em julho, o BNDES previa liberar R$ 3,7 bilhões na
Finame - linha para aquisição de máquinas e equipamentos - no mês,
15,6% acima dos R$ 3,2 bilhões de junho, mas, ainda assim, 21% abaixo de
julho de 2011.
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