Jon Queally, do Common Dreams
A "economia da austeridade" — que inclui o argumento republicano de que os gastos do governo devem ser constantemente reduzidos pois são como um "ralo" que suga tanto o crescimento econômico quanto os empregos — está acabando com a expectativa de um aumento de prosperidade nos EUA.
Esta é a descoberta do novo estudo do Center for American Progress (CAP), baseada em novos números lançados pelo gabinete de orçamento do Congresso.
De acordo com Harry Stein e Adam Hersh, economistas do CAP e autores do estudo, membros do Congresso dos dois partidos permitiram que a economia fosse “severamente prejudicada” no últimos anos ao aprovarem “cortes de gastos profundos em uma tentativa equivocada de resolver uma crise de débitos de curto prazo que simplesmente não existe.”
E o que é mais problemático, argumenta Stein e Hersh, é que o impacto dos mantras como “deficits são ruins” e “gastar é ruim” terão um impacto duradouro na economia, como a falta de investimento que estrangula o potencial futuro da economia.
Eles escreveram:
"Para entendermos os impactos dos cortes nos gastos na economia como um todo, podemos olhar as estimativas de mudanças do PIB potencial no primeiro trimestre de 2014 e sua estimativa de PIB potencial para o fim de 2020. Em comparação com as estimativas feitas em 2010 sobre o estado da economia, as estimativas mais recentes mostram potencial de crescimento da economia norte-americana pelo lado da oferta é $351 bilhões menor depois de 3 anos de cortes de gastos. As estimativas do gabinete do orçamento também indicam que o potencial crescimento futuro dos EUA decairá $633 bilhões até 2020."
A austeridade está movendo estes números na direção errada, e o gabinete mostra que estas escolhas políticas estão custando caro para a economia estadunidense. As previsões do gabinete para o PIB caíram quando a austeridade tomou as rédeas, mostrando o quanto o corte dos investimentos públicos em educação, assistência nutricional e seguro-desemprego é doloroso e desnecessário.
Após este último relatório, está mais claro do que nunca que o experimento com a austeridade falhou, e que o Congresso já passou do tempo de se focar no crescimento da economia.
Como notou o Huffington Post:
"Cortes no orçamento provavelmente ajudaram um pouco na diminuição das dívidas de longo prazo, mas uma melhora na economia ajudou muito mais, com o aumento de impostos e a diminuição do orçamento anual do déficit do governo."
O estudo do CAP é o último de uma série que demonstra os custos da austeridade. Menos austeridade a curto prazo teria significado mais crescimento, menos desemprego e uma diminuição ainda maior do déficit a longo prazo.
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Tradução de Roberto Brilhante.
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