Não vejo base estatística em análises do tipo E a Copa ajuda Dilma... ou Com Copa do Mundo humor do pais melhora e Dilma cresce (Folha). Os candidatos permanecem na mesma faixa de intenções de voto desde abril, como aponta o Zé Roberto Toledo no Estadão. Diante desse Datafolha, a imprensa hegemônica deveria olhar para o espelho, não para as eleições.
A ampla aprovação da Copa e o orgulho de sediá-la no Brasil melhoram o humor geral do país, o que pode, sim, favorecer a campanha da presidenta Dilma, mas ainda não se trata de ativo realizado. Pela primeira vez em muito tempo melhoram as expectativas sobre inflação, emprego e desempenho da economia, mas é uma melhora tímida, se comparada aos novos indicadores sobre Copa.
O que o Datafolha traz de novo é a derrota espetacular da imprensa vira-lata diante dos fatos.
Laerte (FSP)
É isso que os jornais e a TV tentam esconder desesperadamente. Primeiro, tentaram atribuir as previsões catastróficas à imprensa estrangeira. Falso: a mídia estrangeira comeu na mão imprensa hegemônica local, como acontece em qualquer cobertura global, seja de esportes, guerras ou eleições.
O passo seguinte é tentar botar a culpa no povo. Ontem, no Jornal Nacional, havia uma matéria sobre “o aumento do otimismo” durante a Copa. Dizia que o verde-amarelo quase não se via no início da Copa e foi tomando conta do visual ao longo da competição. “A gente não estava acreditando”, confessa uma ingênua entrevistada.
Quem jamais acreditou e torceu contra a Copa foi a imprensa vira-latas. E a sociedade brasileira foi conduzida à descrença, ao mau-humor e à crítica sem fundamento, reproduzindo os bordões e os dados falsos que via na TV e lia nos jornais (aqui vai um pequeno pacote de catástrofes que não se realizaram).
Bastaram três dias de Copa, com os estádios, os aeroportos, o transporte, a segurança e o turismo funcionando, para desmanchar a realidade virtual do “imagina na Copa”. Os fatos falaram mais alto.
Raramente se vê um choque de realidade como esse. Raramente a imprensa hegemônica de um país se vê confrontada tão cruamente com um erro monumental, de sua exclusiva responsabilidade. É desse erro gigantesco, impossível de esconder, que ela tem de prestar contas ao seu público: o Brasil não passou vergonha.
A mídia internacional percebeu o engano e rapidamente se corrigiu. Transmite ao mundo uma imagem realista do país (com exceção dos espanhóis e de uma parte dos ingleses – que passaram a amaldiçoar o Brasil pelo fiasco de suas seleções. Mas essa dor passa com o tempo).
Nossa pobre imprensa vira-latas não tem estatura para fazer autocrítica, porque nunca teve vergonha manipular a notícia. Vai continuar torturando os fatos, como fez no julgamento do mensalão e faz cotidianamente na cobertura política e econômica – a ponto de perder a razão (e muitas vezes ela a tem) por absoluta carência de credibilidade.
É cedo para afirmar qual será o efeito da Copa do Mundo sobre as eleições. Está claro, porém, que a imprensa vira-latas sofreu sua mais fragorosa derrota, desde que minha saudosa avó me ensinou a ler jornais, na altura Copa do Chile, 1962.
O tempo dirá qual foi o tamanho do estrago da operação- não-vai-ter-copa sobre o poder da mídia hegemônica no Brasil. Será proporcional à incapacidade de autocrítica dos seus proprietários e “formuladores”. Seguramente, a democracia vai sair ganhando.
É isso que os jornais e a TV tentam esconder desesperadamente. Primeiro, tentaram atribuir as previsões catastróficas à imprensa estrangeira. Falso: a mídia estrangeira comeu na mão imprensa hegemônica local, como acontece em qualquer cobertura global, seja de esportes, guerras ou eleições.
O passo seguinte é tentar botar a culpa no povo. Ontem, no Jornal Nacional, havia uma matéria sobre “o aumento do otimismo” durante a Copa. Dizia que o verde-amarelo quase não se via no início da Copa e foi tomando conta do visual ao longo da competição. “A gente não estava acreditando”, confessa uma ingênua entrevistada.
Quem jamais acreditou e torceu contra a Copa foi a imprensa vira-latas. E a sociedade brasileira foi conduzida à descrença, ao mau-humor e à crítica sem fundamento, reproduzindo os bordões e os dados falsos que via na TV e lia nos jornais (aqui vai um pequeno pacote de catástrofes que não se realizaram).
Bastaram três dias de Copa, com os estádios, os aeroportos, o transporte, a segurança e o turismo funcionando, para desmanchar a realidade virtual do “imagina na Copa”. Os fatos falaram mais alto.
Raramente se vê um choque de realidade como esse. Raramente a imprensa hegemônica de um país se vê confrontada tão cruamente com um erro monumental, de sua exclusiva responsabilidade. É desse erro gigantesco, impossível de esconder, que ela tem de prestar contas ao seu público: o Brasil não passou vergonha.
A mídia internacional percebeu o engano e rapidamente se corrigiu. Transmite ao mundo uma imagem realista do país (com exceção dos espanhóis e de uma parte dos ingleses – que passaram a amaldiçoar o Brasil pelo fiasco de suas seleções. Mas essa dor passa com o tempo).
Nossa pobre imprensa vira-latas não tem estatura para fazer autocrítica, porque nunca teve vergonha manipular a notícia. Vai continuar torturando os fatos, como fez no julgamento do mensalão e faz cotidianamente na cobertura política e econômica – a ponto de perder a razão (e muitas vezes ela a tem) por absoluta carência de credibilidade.
É cedo para afirmar qual será o efeito da Copa do Mundo sobre as eleições. Está claro, porém, que a imprensa vira-latas sofreu sua mais fragorosa derrota, desde que minha saudosa avó me ensinou a ler jornais, na altura Copa do Chile, 1962.
O tempo dirá qual foi o tamanho do estrago da operação- não-vai-ter-copa sobre o poder da mídia hegemônica no Brasil. Será proporcional à incapacidade de autocrítica dos seus proprietários e “formuladores”. Seguramente, a democracia vai sair ganhando.
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