sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Capitalismo: um em cada oito tem fome


Capitalismo: um em cada oito tem fome

Por Altamiro Borges

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgou recentemente a edição de 2012 do relatório sobre o "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo". Os dados são chocantes e confirmam que o capitalismo é um sistema desumano e genocida. Mostram que um em cada oito habitantes do planeta passa fome no mundo. São 870 milhões de pessoas nesta situação deprimente – ou seja, 12,5% dos habitantes da terra sobrevivem em condições de subnutrição.
Em algumas regiões, o quadro de miséria é ainda pior e só tem se agravado. Na África subsaariana, a desnutrição cresce desde 1990: saltou de 170 milhões para 234 milhões, afetando hoje a vida de 23% da sua população. No norte da África e no Oriente Médio, a fome passou a ameaçar 41 milhões de pessoas contra 22 milhões no início dos anos 1990. As duas regiões juntas – África e Oriente Médio - somam 275 milhões de subnutridos em 2012 – 83 milhões a mais que em 1990.

Medidas emergenciais, mas paliativas 

Diante deste trágico cenário, o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, ainda aposta em medidas emergenciais para minorar o sofrimento de milhões de pessoas. Em artigo publicado no jornal Valor, ele defende que “ainda é possível atingir a meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de reduzir à metade a proporção da população com fome até 2015”. Para isso, ele defende a adoção de políticas públicas mais ativas de combate à miséria e a ampliação dos esforços para superar a desaceleração da economia capitalista.

Ele lembra que na América Latina e na Ásia, duas regiões em que os Estados nacionais dão maior prioridade aos programas sociais, a situação obteve tímidas melhorias nos últimos anos. “Nos dois casos, a fome recuou, respectivamente, de 57 milhões para 42 milhões de pessoas, de 13,6% para 7,7% da população regional; e de 739 milhões para 563 milhões, 23,7% para 13,9% da população regional. Somadas, as duas regiões reduziram em mais de 190 milhões o número de subnutridos entre 1990 e 2012”.

É evidente que as políticas emergenciais, como o programa Bolsa Família no Brasil, têm papel importante na atualidade. Como dizia Betinho, quem tem fome tem pressa! Mas não dá para se iludir. Elas são insuficientes para enfrentar a barbárie imposta pelo sistema capitalista – que concentra cada vez mais as riquezas e multiplica a miséria pelo mundo. A cada crise do sistema capitalista, como a vivenciada atualmente, os ricos ficam mais ricos e os pobres, mais miseráveis. O capitalismo não serve à humanidade!

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