segunda-feira, 23 de maio de 2016

Weg Energia coloca em votação proposta de redução da jornada de trabalho e de salário

Texto do jornalista Sérgio Homrich.

Os trabalhadores e trabalhadoras metalúrgicos da empresa Weg Energia começam a votar nesta terça-feira (24) a proposta de redução da jornada de trabalho e de salário na empresa. A proposta foi esclarecida em Assembleias com a categoria nos dois turnos de trabalho, às 8 horas e às 4 horas de hoje (23), pelo diretor superintendente da Weg Energia, Eduardo da Nóbrega e pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, Silvino Volz. A medida prevê redução da jornada em 17% e de salário em 13% e será submetida a votação secreta entre os mais de 1.600 trabalhadores e trabalhadoras abrangidos, com validade de três meses, podendo ser prorrogada por mais três meses, desde que mantidos os mesmos critérios. Nas demais unidades de negócios do Grupo Weg, onde mais de 11 mil trabalhadores e trabalhadoras votarão, as Assembleias ocorrerão nos dias 30 e 31 de maio.

O possível Acordo estabelece garantia de emprego a partir de 1º de junho de 2016, proíbe o banco de horas e a realização de horas extras, enquanto perdurar a redução de jornada e de salário. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos informou ainda que "não haverá perdas para os trabalhadores em relação às férias e ao 13º salário, mas a medida vai afetar os depósitos do Fundo de Garantia (FGTS) devido aos proventos previstos na Folha de Pagamento". A medida poderá ser aplicada por departamento e por seção (neste caso, somente no setor administrativo). Silvino Volz disse que "o objetivo é preservar o emprego" e lembrou também que o Acordo dá a preferência para recontratação aos trabalhadores demitidos pela empresa desde o ano passado. "Agora, o direito de escolha caberá a vocês", orientou o presidente do Sindmet.

Silvino disse que foi difícil chegar a um acordo com a empresa, que vem solicitando a redução da jornada e do salário desde o início deste ano. "Buscamos o melhor, dentro da atual conjuntura onde não existe uma política industrial de proteção ao emprego", avaliou, lembrando que a crise econômica é mundial e que, no Brasil, "vem se agravando desde 2008". No ano passado houve redução drástica do emprego, no setor metalúrgico da região: "Nossa categoria perdeu 3.600 postos de trabalho nos últimos 16 meses, hoje somos pouco mais de 21 mil trabalhadores e trabalhadoras e já tivemos mais de 25 mil empregos", resgatou o presidente do Sindmet. O problema, dentro da Weg, acentuou-se neste início de ano. De janeiro a maio, o Grupo Weg demitiu mais de mil trabalhadores e trabalhadoras. "Precisamos romper com a prática da dispensa na empresa", advertiu Silvino.

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