sábado, 19 de setembro de 2015

Engenheiros denunciam: Lava-Jato está promovendo o desmonte da indústria nacional

latuff_fisenge
Estamos diante de um sinistro ataque ao Brasil.
A operação Lava Jato, sob pretexto da necessária luta contra a corrupção, está promovendo um desmonte das grandes empresas nacionais de engenharia.
É o que denuncia a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros.
Sob aplausos de uma multidão manipulada pelos meios de comunicação, o Ministério Público e o Judicário mais caros do mundo estão solapando a economia nacional, destruindo empregos e empresas estratégicas.
E tudo isso para que?
Para combater a corrupção?
Não.
O combate à corrupção é movido pelo espírito do interesse público. Pelo desejo de defender o interesse público. Se o combate à corrupção se politiza a tal ponto em que o interesse público fica em segundo plano, então não estamos mais diante de uma combate genuíno à corrupção, e sim diante de uma conspiração judicial que manipula os instrumentos de uma investigação verdadeira, na qual foram apurados atos verdadeiros de corrupção, para atingir um objetivo político escuso. Tão escuso que se abandona qualquer prudência, qualquer cuidado em relação ao interesse nacional, apenas para obter os aplausos efêmeros de uma mídia decadente e golpista.
Juízes, delegados e procuradores, protegidos pela estabilidade de seu emprego, desfrutando dos mais altos salários do serviço público, estão destruindo empresas nacionais.
Com apoio da mídia, naturalmente, que blinda e abafa todos os abusos da operação, que omite todos os indícios de que a estão transformando numa caça às bruxas, que estão usando uma estratégia de terrorismo econômico, derrubando a economia brasileira com vistas a promover uma ruptura política antidemocrática.
Consultoras independentes já estimaram que a Lava Jato custará mais de R$ 140 bilhões à economia brasileira, para só falar de números. Mas se saírmos dos números, se pensarmos nas grandes estratégias econômicas do país, então o prejuízo é ainda maior.
E a mídia ainda fica alardeando que haverá "recuperação" de 1 bilhão de reais, uma gota no oceano dos prejuízos causados à economia brasileira.
É muito sintomático que, à medida que a crise econômica se aprofunda, o juiz responsável pela Lava Jato demonstra mais e mais euforia com seu trabalho sujo, tirando selfies entusiasmadas com pessoas ingênuas, manipuladas por uma imprensa historicamente descomprometida com os interesses nacionais.
Uma imprensa que não representa o interesse das empresas nacionais, uma imprensa que é antes um braço do imperialismo, como tem demonstrado ser desde a década de 50, sempre, sempre, sempre se posicionando contra o interesse do povo brasileiro, sempre contra a democracia, e sempre a favor de interesses obscuros do capital estrangeiro.
A Lava Jato está promovendo um massacre no emprego da engenharia nacional.
Dessa vez, cumpriremos aqui no Brasil a profecia de Spengler sobre o poder diabólico de manipulação da imprensa massificada.
A opinião pública vai sendo conduzida, qual um bando de zumbis desorientados, na direção de seu próprio abismo.
E o governo, acuado pelo massacre diário, e que nunca entendeu a importância de desenvolver instrumentos eficazes de comunicação, é obrigado a baixar a cabeça e a elogiar aqueles mesmos que minam a economia brasileira.
Em nome de um republicanismo mal ajambrado, um republicanismo despolitizado, um republicanismo cujos critérios não são definidos pelo interesse popular, mas por corporações que nunca foram republicanas, o governo elogia aqueles mesmos que trabalham diuturnamente para lhe destruir.
Leiam o editorial abaixo, do presidente da Federação de Engenheiros, e depois leiam a matéria de capa da revista Em Movimento, a partir da página 18, sobre a perda de empregos no setor.
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No site da Fisenge
Em defesa da engenharia nacional e do povo brasileiro
Por Clovis Francisco do Nascimento Filho, presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros | FISENGE
“Quando o terror invade um povo, transforma muitas vezes um pusilânime num herói”, disse o ex-presidente Getúlio Vargas. A história se repete e o que estamos assistindo nos meios de comunicação é a construção de vilões e heróis diante de uma farsa maniqueísta. A operação Lava-Jato – que denuncia escândalos na Petrobrás – está promovendo um movimento de ataque à nação brasileira. Isso porque em vez de apurar com rigor e responsabilizar as pessoas, a Operação está tomando pulso em torno da destruição das empresas brasileiras, das riquezas nacionais e da soberania do país. Obras paralisadas em todo o território nacional promovem demissões em massa, estagnação da economia e interrupção de projetos e serviços. Reivindicamos a apuração e a responsabilização dos casos de corrupção, mas não permitiremos que estes fatos abram uma avenida de oportunidades para uma política entreguista e de destruição da engenharia nacional.
Este cenário é fruto de atitudes, no mínimo, irresponsáveis e nada republicanas. Em nome de um discurso falseado, juízes e parlamentares, invocados pelos setores conservadores da sociedade, vêm destruindo o país. Na Câmara dos Deputados, seu presidente atual representa o retrocesso, a face mais perversa da direita brasileira. Este cidadão lidera o avanço da agenda conservadora de retirada de direitos e ataques às minorias. O Brasil, desde 2002, retomou um importante processo de desenvolvimento com inclusão social. Milhares de brasileiras e brasileiros puderam ter acesso às universidades e ao mercado de trabalho. Vivemos um período de crise da acumulação capitalista em nível mundial por uma disputa esquizofrênica por mercados. Por outro lado, a nova geopolítica quebrou a unilateralidade com a instituição dos BRICs, bloco formado por países emergentes como Brasil, Rússia, Índia e China.
O governo precisa tomar a dianteira deste processo e aprofundar as mudanças estruturais necessárias, como a reforma política e a democratização dos meios de comunicação. Para tanto, irá contar com a participação de sindicatos ao lado dos movimentos sociais na luta por mais direitos e mais democracia. Defendemos incondicionalmente o fortalecimento da engenharia nacional, o Estado Democrático de Direito e a soberania da nação. Mais direitos e mais democracia. Não permitiremos retrocesso!

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