Por Davis Sena Filho — Palavra Livre
Quando você pensa em um coxinha, o que lhe vem ao
pensamento? Eu, por exemplo, penso em um analfabeto político, portador de uma
imensa ignorância sobre o Brasil e o povo brasileiro, distante das realidades
do povo deste País, de temperamento e caráter frio, egoísta, rancoroso,
sectário, e, o pior de tudo, violento. Digo, violento, no sentido de
verdadeiramente e realisticamente se dispor à violência física contra as
pessoas que não pensam como um coxinha. Por seu turno, o que move o coxinha é o
ódio de classe, de fundo econômico, assim como o ódio racial. A cólera e o preconceito são seus combustíveis.
E como é construída a formação psicológica de um
ser humano coxinha? Respondo: Por intermédio da desinformação, da confusão
mental sobre história, política e sociedade, de conceitos distorcidos pelo
próprio coxinha, pelos seus pais e pelos os grupos com os quais tal reacionário
sempre conviveu, desde pequeno, bem como aprendeu, e por isto acredita,
piamente, que os direitos, ou seja, as coisas boas e necessárias da vida são
para ele e seus "iguais" usufruírem, mas, por sua vez, os deveres são
obrigações para os outros que não frequentam sua tribo. E olhe lá, pois que se
dê por satisfeito e sem reclamar, mesmo se morar em uma favela violenta, sem
quaisquer infraestruturas e acesso à educação e ao emprego dignos e de boa
qualidade.
Descobrir se uma pessoa ou um bando de pessoas são
coxinhas basta ir aos bares, restaurantes, reuniões de condomínio, eventos
sociais e profissionais, escolas, faculdades, enfim, ao seu próprio emprego.
Eles não tem noção de brasilidade, porque o são completamente colonizados, apátridas,
portadores de um imenso complexo de vira-latas, detestam o Brasil e odeiam seu
povo. Contudo, são servis e puxa-sacos da gringada bem nutrida, invasora e
pirata de terras alheias, além de completamente frouxos, porque quando o pau
come esses coxinhas acostumados a vociferar pela internet e redes sociais somem
como coelhos e lebres ao tentar escapar com vida de um puma ou de um lobo.
Gente frouxa, leviana, covarde, desprovida de força
telúrica e de ideologia. Não conhece a história de lutas do corajoso e
inteligentíssimo povo brasileiro, alvo de covardias seculares de uma
"elite" entreguista e golpista, que deseja que o Brasil fique
eternamente como vagão de locomotiva, quando a verdade é que o poderoso País
sul-americano de língua portuguesa, uma das economias mais fortes e
diversificadas do mundo, tornou-se locomotiva e os coxinhas, párias, pois
vazios de sentimento de brasilidade, não perceberam que o Brasil é muito maior
do que pregam suas vãs filosofias.
Pobre da nação que tem uma casa grande subalterna,
subserviente, entreguista e colonizada como a brasileira, ao tempo que covarde
e violenta com seu próprio povo. E é exatamente por intermédio desse processo
vampiresco, de exploração e irresponsabilidade social, que o coxinha rico e de
classe média, geralmente formado em alguma faculdade, luta para manter intacto
o status quo que o beneficia.
Só que é uma burrice sem igual ou tamanho, porque
quanto maior a miséria, a pobreza, a falta de condição de ter uma vida digna,
maior vão ser as probabilidades de uma sociedade, multirracial e multicultural
como a Brasil, viver em crise moral, financeira e econômica, porque quando
falta pão todo mundo briga e ninguém tem razão. Fico a imaginar se o Brasil e a
América Latina não tivessem eleitos presidentes trabalhistas, socialistas ou de
esquerda, como ocorreu a partir do inicio deste século XXI. Como estaria o
Brasil agora, no que diz respeito à violência, se não fossem implementados
vários programas sociais, desde a segurança alimentar até bolsas para alunos
pobres estudar no exterior? A violência estaria incontrolável, exponencialmente
maior do que agora. Sem dúvida!
Enquanto isto temos cidadãos coxinhas a verbalizar
impropérios pelas redes sociais e nas ruas, bem como estão a intimidar,
inclusive de forma criminosa, aqueles que não coadunam com seus pensamentos e
propósitos fascistas e elitistas, além dos maus sentimentos que os coxinhas
escondiam, mas não escondem mais, porque, definitivamente, perderam a vergonha
de mostrar, sem qualquer recato e pudor, o lado da besta-fera que emergiu de
seus corações. Realmente, diabólico...
São coxinhas que não compreendem ou desconhecem os
bastidores da política, mas, por instinto de preservação de suas
"condições" sociais, voltam-se contra o Governo Trabalhista de Dilma
Rousseff, bem como ferozmente contra uma possível candidatura de Lula, alvo
predileto de suas voracidades e campanhas sórdidas, de suas mentiras e
manipulações, a ter como fonte da miscelânea ou da maçarocada de maus fluídos e
de palavras atrozes a imprensa alienígena e de negócios privados dos magnatas
bilionários e historicamente antinacionalistas e politicamente golpistas e
entreguistas.
Juntemos, simbolicamente ou metaforicamente,
Satanás e Cérbero, o cão do inferno, teremos, inapelavelmente, a mentira no
lugar da verdade, a impudicícia no lugar da virtude, o desassossego no lugar da
paz, a leviandade no lugar da prudência e o golpe político no lugar da ordem
democrática. E os coxinhas querem, no fundo, o fim da democracia e estão a
pouco ligar para a corrupção, porque demonstram tal conduta quando votam no
PSDB, que, no Brasil, tucanos são inacreditavelmente inimputáveis.
Exatamente ocorre isto, apesar das centenas de
escândalos políticos e financeiros, a exemplo do maior deles, as privatizações
da Era FHC, responsável pela venda de 125 estatais, o que fez do Brasil o País
que efetivou a segunda maior alienação de patrimônio público e a primeira
roubalheira da história da humanidade, porque realmente a privatização foi um
processo surreal e de desmonte criminoso do Estado nacional. Mesmo assim, e no
final das contas, não temos qualquer tucano preso, e olha que essa gente
entreguista e, agora, golpista, foi denunciada, com provas, pelo livro de
Amaury Ribeiro Jr., "A Privataria Tucana", bem como a Lista de Furnas
existe realmente e comprovadamente, e está nas mãos de promotores e juízes,
além de policiais. Na lista consta praticamente toda a oposição. O escândalo
engavetado do PSDB e aliados.
Stédile e a intolerância dos coxinhas fascistas
Vire-se a página e passemos a falar do líder
nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro
Stédile, um dos maiores brasileiros da atualidade, homem de caráter, corajoso,
além de ser um pensador de alto nível e, com efeito, também respeitado no
Brasil e no exterior, por estar à frente de um movimento de âmbito nacional,
histórico, que trata da questão da terra, dos problemas sociais graves causados
pelos latifúndios, ou seja, por empresários rurais irresponsáveis e
completamente dissociados dos interesses da sociedade brasileira, da qual obtém
seus gigantescos lucros para viver nababescamente.
Eu falo do grande produtor e exportador de bens
primários, que financia políticos para barrar pautas que tratam da reforma
agrária no Congresso Nacional e nos escaninhos dos tribunais de primeira
instância até os tribunais superiores, cujos juízes, muitos deles, dão ganho de
causa ao lado poderoso, até porque inúmeros o são também fazendeiros ou filhos
deles. Não há classe mais reacionária, sectária e violenta do que o homem rico
do campo, a não ser os magnatas bilionários e donos dos meios de comunicação de
negócios privados. Estes, então, são o fim da picada. O retrocesso em toda sua
essência, o reacionarismo em toda sua plenitude — o atraso mental e social da
espécie humana.
Empresários do campo que transformam o bem
inigualável e incomparável que é a terra, pois produtora de alimentos, em
terrenos para fomentar e favorecer a especulação imobiliária, além de eles
combater a agricultura familiar, a distribuição pelo Governo Federal de terras
devolutas, bem como outros pagos que são improdutivos e mesmo assim continuam
nas mãos de quem não produz e não quer produzir. Ponto.
Gente rica e poderosa, que efetiva chicanas
jurídicas e judiciais nos tribunais, com o apoio de juízes ideologicamente de
direita, politicamente conservadores e contrários a mudanças, porque
salvaguardas dos interesses da casa grande — do establishment. A casa grande
construtora de senzalas e responsável direita pela pobreza e violência que
vicejam no Brasil, além de arquiteta das favelas e das periferias de todo o
País. A casa grande da escravidão de 350 anos, a maior vergonha nacional e
responsável maior de o País até hoje não ter realizado uma reforma agrária
universal, demanda social esta, se acontecesse, diminuiria, verdadeiramente, a
violência e a pobreza que, infelizmente, ainda existem e acontecem no Brasil.
João Pedro Stédile esteve em Fortaleza, no dia 23
deste mês, a convite do movimento Democracia Participativa, na Universidade
Federal do Ceará, para ministrar uma palestra sobre reforma política. Ao
desembarcar e se dirigir ao estacionamento do aeroporto da capital cearense,
deparou-se com uma turba de coxinhas de classe média, todos brancos e bem
alimentados, conforme se vê no vídeo dessa desrespeitosa mobilização contra o
principal dirigente do MST. Selvagens e completamente desmiolados, além de
ridiculamente despolitizados, essa gente mal educada pensa que está acima das leis,
porque tem algum dinheiro, é de classe média, estuda ou se formou em algum
curso universitário, além de ir à Miami e Orlando para ver o Mickey e dar uma
de Pateta...
Os histriônicos e histéricos e descontrolados
coxinhas, que são abduzidos por uma imprensa de direita, corrupta e golpista
desde que nasceram, bem como também seus ancestrais mortos e vivos passaram
pelo mesmo processo de lobotomia, agora partem para a ignorância acometida de
intolerância e abordam, antidemocraticamente e desrespeitosamente, o João Pedro
Stédile e sua companheira. Eles surtaram e se tornaram um caso psiquiátrico. O
cercam, o intimidam e proferem palavrões, além de expressarem gritos de ordem
ridículos, que denotam ignorância crônica e atrofia intelectual, como "MST
vai pra Cuba com o PT!". Realmente, essa gente do poucas virtudes
deveria estudar e olhar a vida com mais tolerância e respeito.
Entretanto, e para finalizar, é importante afirmar
que tal súcia de coxinhas sem noção e analfabetos políticos foi organizada pelo
"empresário", Paulo Angelim, um fanfarrão filiado ao PSDB, o partido
elitista e sectário, que serve e governa somente para os ricos, bem como levou
o Brasil à bancarrota porque foi ao FMI três vezes, pois quebrou o País três
vezes. Essa pessoa desprovida de civilidade e que, certamente, deve se
considerar, em meio à sociedade que frequenta, um cidadão civilizado, culto,
inteligente e, principalmente rico. Só que Paulo Angelim é o reverso e o
inverso disso tudo, além de se mostrar um completo imbecil, intolerante e
antidemocrático, porque autoritário e violento. Só isso e nada mais, além da
mediocridade.
João Pedro Stédile deveria processar tal coxinha
empresário e o responsável por tamanha ignomínia e selvageria. Tem de fazer
igual aos ex-ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Saúde, Alexandre
Padilha, que foram intimidados e ofendidos em restaurantes e hospital por
coxinhas levianos, que babam de ódio ideológico e político, como cães loucos.
Os dois processaram seus ofensores, que depois botaram o galho dentro, recuaram
e pediram desculpas públicas. O fascismo existe, porque ele se aloja nas mentes
e nos corações daqueles que estão dispostos a fazer do mundo um inferno para
que possam ter vantagens, benefícios e privilégios. O fascismo não passará. É
isto aí.
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