Quando eu analiso as delações da Lava Jato o que me interessa não é o que os réus tem a dizer.
O que realmente me intriga, o que instiga minha curiosidade, é destrinchar a engenhosidade com a qual as farsas jurídicas são montadas pelos aparelhos de segurança.
E o que me choca não é o conteúdo da fala, e sim a tortura, inflingida mesmo que sobre um corrupto.
Afinal, não é apenas o réu que é torturado psicologicamente, mas uma nação inteira, que se vê refém do terrorismo político de um processo jurídico completamente manipulado.
Renato Duque foi condenado a passar o resto de sua vida atrás das grades, num país que tem os piores presídios do mundo.
É óbvio que uma confissão, dada em tal situação, não expressa nada mais que o desespero de alguém, criminoso ou não, em busca de uma brecha de liberdade.
Se o próprio Estado o considera um criminoso, um corrupto, como pode dar valor às suas palavras?
Como pode o próprio Estado patrocinar um espetáculo desse tipo, inteiramente montado para subsidiar os grandes meios de comunicação com ataques políticos a um cidadão brasileiro?
Não tem sentido.
Ou melhor, tem sim: é puro jogo sujo.
Os procuradores da Lava Jato, mais o juiz, estão se igualando aos piores corruptos que prendem, e por razões espúrias: para se manter sob os holofotes e produzir o terrorismo político necessário à consolidação do golpe.
A cumplicidade da mídia é evidente.
O consórcio criminoso entre a Lava Jato e a Globo está à vista de todos.
Este é o núcleo de poder hoje no país: um grupinho de meganhas, aterrorizando o país, associado a uma família de bilionários, que fez sua fortuna apoiando golpes, sonegando e acobertando crimes.
A Globo acobertava os crimes da ditadura militar e hoje acoberta os crimes da ditadura judicial.
O STF é paparicado apenas na medida em que obedece estritamente à Globo.
Quando ousa fugir do script, é imediatamente massacrado, como vimos no dia seguinte à decisão da Segunda Turma de libertar José Dirceu. Lava Jato e Globo se unem para intimidar o STF.
O governo Temer, é preciso entender, apesar da quantidade enorme de ministros envolvidos em corrupção, inclusive investigados pela própria Lava Jato, é protegido pelo consórcio golpista.
Todos os delatores que tentaram externar denúncias que envolviam Michel Temer foram silenciados pela Lava Jato.
As forças golpistas do judiciário, da mesma forma, vem trabalhando para que o processo de cassação no TSE, o plano B do golpe que se tornou agora apenas um constrangimento, poupe Michel Temer.
O objetivo do golpe é privatizar o Brasil.
Pela primeira vez na história, o Exército norte-americano promoverá exercícios militares em nossa Amazônia.
Há funcionários do governo Trump tomando conta da Embraer, da Odebrecht e da Petrobrás.
Estamos já, na prática, sob intervenção dos Estados Unidos, que controlam a nossa soberania mediante o governo mais corrupto que o Brasil já teve.
A violência no campo, contra sem-terra e indígenas, explodiu a níveis que não víamos há décadas.
A Lava Jato, que dá opinião sobre tudo, a ponto de Rodrigo Janot ir à Davos dizer que a operação é “pró-mercado”, jamais disse uma palavra sobre o desmonte do Estado promovido pelo governo Temer.
Ontem, a imprensa divulgou que o governo, para comprar o voto de deputados, está perdoando suas dívidas tributárias.
A medida do governo Temer corresponde a uma propina de dezenas de milhões de reais, para cada deputado ou empresa vinculada a esse deputado – e ninguém do MP ou da grande imprensa faz qualquer denúncia.
O desmonte das grandes estatais corresponde a valores de magnitude muito superior aos delirantes e exagerados números da Lava Jato, com suas “estimativas” estapafúrdias sobre o montante desviado ao longo de dez anos…
Com uma diferença, nos tempos de Lula/Dilma, batíamos recorde de investimentos públicos em infra-estrutura, o desemprego caía
aos menores níveis da história, as dívidas públicas, líquida e bruta, caíam, e a arrecadação fiscal seguia em alta.
Hoje, o próprio governo informa que o investimento público caiu 61%. Pior: o governo não faz nenhuma autocrítica quanto a isso.
Fica-se à espera de um miraculoso “investimento privado”, que naturalmente jamais investirá em grandes projetos de infra-estrutura, pela simples razão de que estes dão retorno apenas no longo prazo, e com taxas de lucro extremamente reduzidas.
Enquanto isso, porém, a mídia mantém a opinião pública anestesiada com a 40ª etapa da Lava Jato e as capas das revistas retratam o depoimento de Lula a Sergio Moro como um espetáculo de box.
Hoje, o próprio governo informa que o investimento público caiu 61%. Pior: o governo não faz nenhuma autocrítica quanto a isso.
Fica-se à espera de um miraculoso “investimento privado”, que naturalmente jamais investirá em grandes projetos de infra-estrutura, pela simples razão de que estes dão retorno apenas no longo prazo, e com taxas de lucro extremamente reduzidas.
Enquanto isso, porém, a mídia mantém a opinião pública anestesiada com a 40ª etapa da Lava Jato e as capas das revistas retratam o depoimento de Lula a Sergio Moro como um espetáculo de box.
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