O juiz Sérgio Moro está fugindo.
A Operação Lava
Jato, dentro de um contexto social e político honesto, teria sido um
presente para o Brasil. Acho que ninguém discorda de que, um dia, seria
necessário acabar com a cultura da corrupção que sempre ligou
empreiteiros e políticos brasileiros.
O fato é que,
em pouco tempo, foi fácil perceber que as decisões e ações demandadas
pelo juiz Sérgio Fernando Moro estavam eivadas de seletividade. Tinham
como objetivo tirar o PT do poder, desmoralizar o discurso da esquerda e
privilegiar aqueles que, no rastro da devastação moral levada a cabo
pelo magistrado, promoveram a deposição da presidenta Dilma Rousseff.
Hoje, graças à
Lava Jato, a economia nacional está devastada, o Estado de Direito,
ameaçado, e o poder tomado por uma quadrilha que fez do Palácio do
Planalto uma pocilga digna de uma republiqueta de bananas de anedota.
Agora, quando
os grupos golpistas ligados ao PSDB e PMDB começam a ser atingidos pela
mesma lama que a Lava Jato pensou em represar apenas para o PT, o juiz
Moro pensa em tirar um ano sabático, nos Estados Unidos.
Isso, obviamente, não pode ser uma coisa séria.
Um juiz de
primeira instância destrói a economia e o sistema político de um país,
deixa em ruínas 13 anos de avanços sociais, estimula o fascismo, divide a
nação e, simplesmente, avisa que vai tirar férias de um ano?
Não se enganem: o que está havendo é uma fuga planejada.
Leandro Fortes é
jornalista, professor e escritor brasileiro. Formado pela Universidade
Federal da Bahia, foi repórter, em Salvador, da Tribuna da Bahia, Jornal
da Bahia e TV Itapoan.
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