do Tijolaço
por Fernando Brito
É da maior gravidade a notícia publicada hoje, pelo Valor,
de que o Governo Michel Temer se prepara para conceder à iniciativa
privada – leia-se, ao capital estrangeiro uma imensa área da Amazônia
rica em ouro onde a mineração está proibida há mais de 30 anos. Diz o
jornal que uma portaria publicada na edição de sexta-feira do Diário Oficial da União,
o Ministério das Minas e Energia abriu caminho para a extinção da
Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) criada em 1984, ainda na
ditadura militar”.
A portaria, diz que “que a extinção da RENCA viabilizará o acesso ao
potencial mineral existente na Região e estimulará o desenvolvimento
econômico dos Estados envolvidos”, mas, na prática, abre caminho para a
devastação de 46 mil quilômetros quadrados de floresta.
Para que você tenha ideia do que isso representa, é quase que a soma
de todo o território dos estados de Sergipe e Alagoas, somados.
A área, situada em parte do Pará e em parte no Amapá é praticamente toda coberta de mata e habitada por indígenas.
Relatórios dos anos 80 relataram, além da existência de ouro em
grande escala, também importantes reservas de titânio e de fosfato.
O próprio vendilhão da pátria que foi indicado por um deputado do PMDB (com campanha financiada pelas mineradoras)
para dirigir o Departamento Nacional de Produção Mineral, Vitor Bicca,
diz que as proporções da área em recursos auríferos são semelhantes às
de Carajás.
Passamos anos discutindo o alagamento de 516 km² para que a usina de
Belo Monte produzisse energia para toda a coletividade. Agora, ninguém
dá uma linha para a potencial destruição de uma área 82 vezes maior para
produzir riqueza para algumas grandes empresas.
Tudo vai indo assim, na surdina.
Negócio da China é o Brasil do golpe.
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