O sinistro Movimento Brasil Livre (MBL) sempre esbanjou muito dinheiro com caminhões de som, bonecos infláveis e outros apetrechos em suas marchas golpistas pelo impeachment de Dilma – mas nunca prestou contas sobre a origem desta grana. Na campanha eleitoral do ano passado, porém, o grupelho fascista precisou disfarçar para não ser incomodado pela Justiça, sempre tão amiga. Nas redes sociais, o MBL pediu contribuições individuais – já que as empresariais estavam aparentemente proibidas – para seus candidatos. No final da batalha, contabilizou oito vereadores eleitos em vários estados por partidos da direita – como o DEM. Mas pelo jeito os apoios legais não foram tão importantes assim. Tanto que um dirigente do MBL chamou de “imbecil” um doador da campanha do capitão-do-mato Fernando Holiday para a vereança de São Paulo.
Segundo matéria publicada na Folha nesta quinta-feira (11), “Renato Battista, coordenador do MBL, chamou de ‘imbecil’ um doador que destinou R$ 1.500 para a campanha de Fernando Holiday, eleito vereador em São Paulo pelo DEM, no ano passado. A gravação foi obtida pela reportagem da Folha. ‘Acabei de tirar extrato do banco e estou indo para o escritório para terminar a prestação de contas. Aparentemente um imbecil doou mais R$ 1.500 no dia 30. A gente está com quase R$ 12 mil sobrando’, afirma Battista, numa mensagem de WhatsApp. A mensagem foi gravada em 3 de outubro, dia seguinte à eleição, e enviada para o grupo ‘Estratégia Holiday’, formado por seis líderes do comitê de campanha, entre os quais o próprio candidato”.
Ainda de acordo com a matéria, assinada por Rogério Gentile e Rogério Pagnan, “Battista é um dos principais integrantes do MBL, sendo um dos apresentadores do programa exibido no youtube chamado ‘MBL News’. Costuma se referir ao vereador Holiday como um representante da ‘nova política’. Pela gravação é possível inferir que Battista, hoje assessor parlamentar de Holiday, estava contrariado com o fato de que a doação feita no dia 30 de setembro atrapalhava o discurso de que Holiday se elegeu gastando apenas um real por voto obtido”. A própria Folha denunciou em março passado que a campanha do fascistinha contou com recursos não contabilizados, o famoso Caixa-2 – o que poderia resultar na cassação do seu mandato.
A reportagem até tentou ouvir o “outro lado”, mas foi estranhamente rechaçada. “Localizado pela Folha no mês passado no gabinete de Holiday, Battista confirmou ter participado da arrecadação de campanha do vereador e, na sequência, também concordou em conceder entrevista sobre o assunto. A conversa, porém, foi interrompida pelo chefe de gabinete do vereador, Marcelo Aguiar de Castro, que solicitou que as questões fossem enviadas por e-mail... ‘Não [vou deixá-lo responder]. Porque ele é meu funcionário. Ele está cumprindo minhas ordens’, disse Castro à reportagem. O e-mail enviado a Battista, ainda no dia 26 passado, não foi respondido. Procurado, o vereador Holiday não quis falar com a Folha. Manifestou-se apenas por meio de uma nota, na qual classificou o assunto como de menor importância”.
Será que os “imbecis” que financiaram sua candidatura também acham que o assunto não tem “a menor importância”?
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