Há uma verdadeira revolta popular contra o conjunto de propostas do governo referentes às condições de trabalho e de aposentadoria do cidadão brasileiro, que reduzem direitos conquistados ao longo de décadas e precarizam o emprego de um modo geral.
É justa e natural esta revolta, e as manifestações públicas tendem a se avolumar para evitar a aprovação das reformas, tendo já conseguido alguns recuos em relação às primeiras proposições governamentais. Vale registrar que no Paraguai o povo ateou fogo no Congresso. Penso entretanto que a mais precarizadora delas já foi aprovada e sancionada a toque de caixa: a lei da terceirização geral!
Tenho me pronunciado e assinado manifestos contra essas e outras linhas do governo golpista que estão derrubando a nossa economia, mas não é isto que desejo abordar neste Correio. Acho tudo isto muito negativo e fraudulento mesmo, na medida em que caracteriza uma mudança radical na política proposta e aprovada pela Nação na eleição da chapa Dilma-Temer, que era uma só, conforme estabelece a Constituição, e nada tinha do neoliberalismo explícito e retrógrado implantado a partir do golpe.
São atos, todavia, que afetam somente os brasileiros, e que podem ser revertidos, com algum custo, sim, mas serão anulados no restabelecimento da democracia, a partir de 2019, se houver eleição lídima em 2018.
Há outros atos, entretanto, pouco noticiados na imprensa, pouco comentados pela população, mantidos em clima de reserva, que me parecem mais preocupantes, mais graves para os interesses da Nação Brasileira, e do seu povo evidentemente, e que, se consumados, serão mais dificilmente revertidos, por não serem decisões exclusivamente internas mas envolverem outros interesses nacionais que não apenas os brasileiros.
Refiro-me aos atos em andamento que são de um entreguismo explícito e escandaloso, criminoso mesmo, jamais praticado com tal intensidade em governos entreguistas anteriores.
Refiro-me à venda do satélite brasileiro de defesa e comunicação estratégica, à venda da Base de Alcântara para lançamento de foguetes, à venda, coordenada pelo Grupo Citi, de ações de empresas brasileiras exitosas nos Estados Unidos, à venda de fatias da Petrobras e das jazidas do Pré-sal, à venda de terras brasileiras em grandes extensões, ao Acordo Militar firmado com os Estados Unidos, denunciado pelo Presidente Geisel e completamente desconhecido pela população; assim como à demolição das grandes empresas de engenharia brasileiras, à redução do conteúdo nacional nas compras das estatais, à paralisação da política nacional de energia nuclear, ao congelamento das nossas relações dentro da América do Sul visando à autonomia do continente, e ao embaraçamento dos projetos de construção do submarino nuclear e do avião militar de última geração, feito naturalmente com mais cuidado por envolverem a França e a Suécia.
Conto com a consideração dos amigos em relação ao estado depressivo em que tenho vivido nestas últimas semanas, mas realmente o meu espírito, diante destes fatos apontados é muito mais de indignação e revolta do que de tristeza, ainda que seja também muito triste tudo isto para a nossa Nação Brasileira.
Os golpistas julgaram injustamente, politicamente, interessadamente muitos brasileiros: um exemplo gritante é o do Almirante Othon Ribeiro, um verdadeiro herói nacional. Mas haverá certamente o tempo em que eles serão julgados. E uma das acusações mais graves deste julgamento posterior poderá ser, terá de ser se os atos forem consumados, a de traição nacional.
Sim, com todas as letras, penso que estão tentando praticar atos de Traição Nacional, e devem ser julgados a respeito desta acusação.
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