segunda-feira, 3 de abril de 2017

Quando as máscaras caem: um alento aos lutadores pela democracia

Eugênio Aragão.


O momento crítico que vivemos na política nacional tem um lado positivo. As ilusões se esvanecem. Os atores mostram quem verdadeiramente são. As mentiras, por terem pernas curtas, não acompanham o passo do tempo. Consegue-se perfeitamente distinguir cínicos de hipócritas, covardes de corajosos, bobões de espertalhões, viciados de virtuosos. A crise exige tanto de nós, que as opções se estreitam. Passamos a viver um tabuleiro de xadrez, em que há peças pretas e brancas, mas não há lugar para peças cinzas.

É neste momento, também, que se testam as instituições. Se estão aptas a defender a democracia e o estado de direito ou se se submetem ao ditado da opinião pública forjada por aqueles que surfam no caos. Vêem-se quão dominadas estão pelas corporações, incapazes de enxergar além de seu umbigo, longe dos interesses do país e de sua sociedade.

Esse desnudamento da majestade de atores e instituições compõe um valioso ativo para o futuro, quando a sociedade se der conta do engodo em que se meteu. A reconstrução do estado brasileiro, soberano e altivo, não será tarefa fácil, mas, ao menos, desta vez, saberemos com quem contar e com quem não. Saberemos onde começar a reforma das instituições e quais barreiras criar para impedir que jogadores sem escrúpulos possam novamente se apossar dos instrumentos de governação.

Fica o recado para os que apostaram no golpe. Sua ousadia cega os expôs. As máscaras caíram. A sociedade saberá como lidar com eles, para que não tenham nova chance. E aos que lutam, remando contra a maré, um afago, uma luz de esperança: não há mal que dure para sempre; a lição amarga por que passaram foi necessária para que não errem mais e saibam em que companhia devem andar e da qual devam se blindar. Amanhã será outro dia.

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