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A mídia chapa-branca parece preocupada com as reações intempestivas do ex-presidente da Câmara Federal, que está preso em Curitiba e teve sua condenação fixada em 15 anos pela Justiça. Neste domingo (9), a Folha publicou uma nota enigmática: “O último recado enviado pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi tão colérico que fez até seus aliados mais fiéis se afastarem. A um parlamentar, ele avisou que chegou ao limite e ameaçou fazer delação premiada. Disse que tem material para ‘explodir’ o mundo empresarial, a começar por gigantes do setor de carne, já abalados pela Operação Carne Fraca, deflagrada pela PF no último mês. Seus advogados, porém, continuam negando que ele tenha disposição em fazê-lo”.
No mesmo rumo, a revista Época, da famiglia Marinho, postou recentemente um artigo com um título perturbador: “Cunha condenado, governo amedrontado”. Segundo o jornalista Leandro Loyola, “no sistema dinâmico no qual política e Operação Lava Jato interagem em um espaço chamado Brasil, notícias ruins para o ex-deputado Eduardo Cunha, do PMDB, tornam-se péssimas para o governo de Michel Temer. É uma espécie de lei da química institucional. Por isso, o Palácio do Planalto tem de se preocupar com a decisão do juiz Sergio Moro, que condenou nesta quinta-feira (30 de abril) Cunha a 15 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas”.
Ainda segundo o colunista da Época, “desde que foi preso, no ano passado, Cunha atazana o governo. A mesma agressividade e tenacidade que demonstrava na luta para manter seu mandato se repetem agora na busca para tentar sair da cadeia. Cunha usa seus advogados para enviar ameaças a integrantes do governo. Usou até seu interrogatório como arma, ao incluir o presidente Michel Temer como testemunha e fazer-lhe perguntas constrangedoras, que eram claros recados sobre histórias escabrosas que poderia tornar públicas. Cunha busca algum tipo de ajuda oficial capaz de aliviar seus crimes ou mesmo para sair da cadeia. A condenação é uma derrota que torna Cunha mais irascível e, portanto, perigoso para o governo”.
“A tendência é que suas ameaças cresçam, seus pedidos aumentem. Terreno fértil para isso não falta. O governo sofrerá muito com a divulgação da megadelação dos 78 executivos da Odebrecht e enfrentará ainda o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. Cunha sempre pode ameaçar com uma delação premiada, que pode envolver diversos personagens, entre os mais ilustres os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, os mais próximos de Temer. Em geral, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região leva cerca de quatro meses para examinar as decisões de Moro em segunda instância. Nesse período, o governo sabe que Cunha será um incômodo maior do que tem sido... A guerra de Cunha é longa, a agonia do governo por causa dele também”.
Para aumentar ainda mais as tensões no “mundo empresarial”, no covil golpista de Michel Temer e na mídia chapa-branca, na semana passada o Superior Tribunal de Justiça sinalizou que deve negar o pedido para que Cláudia Cruz, esposa do correntista suíço e ex-apresentadora da TV Globo, não seja julgada pelo juiz Sergio Moro. Segundo matéria do Jornal do Brasil, esta será a segunda derrota da ricaça. “O pedido que foi anteriormente negado fora protocolado no Tribunal Regional Federal da Quarta Região e os advogados de Cláudia apelaram ao STJ”. Caso a manobra não surta efeito, Cláudia Cruz finalmente poderá ter sua prisão decretada, o que aumentaria em muito a “cólera” de Eduardo Cunha. O Judas Michel Temer que se cuide!
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