Folha.com
DA EFE, EM ROMA
A Itália enfrenta nesta sexta-feira uma greve que reúne diferentes setores produtivos do país, entre eles o de transportes, em protesto pelo plano de ajuste de mais de 30 bilhões de euros do primeiro-ministro Mario Monti, aprovado no fim do ano passado pelo Parlamento.
Vários sindicatos minoritários convocaram esta greve de 24 horas, que deve ter maior apoio entre os transportes públicos locais e os serviços ferroviários. Caminhoneiros também estão parados há dias em protesto pelo aumento do preço dos combustíveis, causando desabastecimento nos supermercados.
Os bloqueios nos transportes de mercadorias já provocaram a paralisação das atividades em várias fábricas da montadora Fiat e em duas instalações da Coca-Cola na Itália.
Segundo os sindicatos que convocaram a nova greve, que se somará a uma manifestação em Roma e afetará a administração pública, a educação e os serviços postais, o objetivo é protestar contra o Governo Monti, que "reduziu o poder aquisitivo" com medidas como o aumento de impostos.
O comunicado divulgado acusa Monti de aplicar "os ditames do BCE (Banco Central Europeu) e da UE (União Europeia), que protegem os interesses do grande capital bancário, financeiro e econômico, descarregando os custos da crise capitalista sobre os trabalhadores".
O protesto dos sindicatos também está dirigido contra os dois planos de ajuste do governo anterior, presidido por Silvio Berlusconi, e o "deslocamento" de sua produção que a Fiat estaria promovendo.
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