Nova previsão para a safra 2011/12 é divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento. Há aumento da área plantada de soja e milho, e redução da de arroz e feijão no país. Técnicos ouvidos pela Carta Maior acreditam que ainda é cedo para prever alta de preços. No Rio Grande do Sul, 80 mil hectares de arroz são convertidos em soja, cujos preços estão em alta no mercado internacional.
Marcel Gomes
São Paulo – As dificuldades enfrentadas pelos arrozeiros no Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro do grão, geraram um fenômeno raro: a conversão de área do produto em lavouras de soja.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta terça-feira (10) seu quarto levantamento da safra 2011/12, cerca de 80 mil hectares foram convertidos em várias regiões gaúchas. No país, a área plantada de arroz deve cair 9,5%.
“O produtor fez essa opção por causa da falta d’água nos mananciais e para executar a limpeza do arroz vermelho”, explica Carlos Roberto Bestetti, gerente de safras da Conab. Em meio ao cultivo de arroz branco, a variedade vermelha é tratada como praga. Uma das formas de combatê-la é fazer rotação de cultura.
Para Bestetti, a conversão é temporária. Ele acredita que essas áreas voltarão a ter arroz, tão logo as dificuldades hídricas sejam superadas.
Segundo Lucílio Alves, professor da Esalq-USP e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os arrozeiros também tentam aproveitar os bons preços da soja, quem seguem acima de seus patamares históricos.
O preço da saca desse grão é cotado hoje a R$ 48 no Paraná, 20% acima da média de 2010. A produção de soja do país deve atingir 71,7 milhões de hectares em 2012, 4,7% a menos do que no período anterior – um prejuízo também causado pela seca. A área plantada de soja subiu 1,9%.
No caso do milho, os preços também animam o produtor. A área plantada cresceu 5,9% e a produção deve avançar 2,9%, para 60,3 milhões de toneladas. A Conab estima que a safra total de grãos do país deve alcançar 158,4 milhões de toneladas neste ano, 2,8% a menos do que no período anterior.
Preços em alta?
Apesar da redução da área plantada de arroz, ainda é cedo para dizer se o preço desse item básico da dieta dos brasileiros subirá em 2012.
“Os estoques de arroz do país estão altos. Na safra anterior nós tivemos dois milhões de toneladas a mais, e na atual teremos duas a menos. Uma compensa a outra”, afirma Bestetti. A saca é vendida hoje a cerca de R$ 24 no Rio Grande do Sul, ante R$ 35 em 2010.
De acordo com a Conab, a produção na safra 2010/11 chegou a 13,6 milhões de toneladas, ante as 11,4 milhões previstas para este ano. O consumo de arroz no país está estabilizado em 12,5 milhões de toneladas por ano.
Para Lucílio Alves, o recuo da produção “pode ajudar os preços”, mas a quantidade a ser colhida, somada com o arroz importado do Mercosul, tendem a jogar no sentido contrário.
“O consumo está estabilizado há cinco anos no Brasil. No ano passado, produtores tiveram de exportar produto porque a liquidez interna estava baixa”, afirmou.
No caso do feijão, apesar da menor produção prevista pela Conab (3,7%), também é cedo para prever alta de preços. Para Bestetti, o próprio dinamismo dessa lavoura, que tem várias safras no ano, ajuda a segurar as cotações.
“O país está bem abastecido. E, se houver falta de feijão, o produtor faz o plantio e eleva a oferta em poucos meses”, diz ele.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta terça-feira (10) seu quarto levantamento da safra 2011/12, cerca de 80 mil hectares foram convertidos em várias regiões gaúchas. No país, a área plantada de arroz deve cair 9,5%.
“O produtor fez essa opção por causa da falta d’água nos mananciais e para executar a limpeza do arroz vermelho”, explica Carlos Roberto Bestetti, gerente de safras da Conab. Em meio ao cultivo de arroz branco, a variedade vermelha é tratada como praga. Uma das formas de combatê-la é fazer rotação de cultura.
Para Bestetti, a conversão é temporária. Ele acredita que essas áreas voltarão a ter arroz, tão logo as dificuldades hídricas sejam superadas.
Segundo Lucílio Alves, professor da Esalq-USP e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os arrozeiros também tentam aproveitar os bons preços da soja, quem seguem acima de seus patamares históricos.
O preço da saca desse grão é cotado hoje a R$ 48 no Paraná, 20% acima da média de 2010. A produção de soja do país deve atingir 71,7 milhões de hectares em 2012, 4,7% a menos do que no período anterior – um prejuízo também causado pela seca. A área plantada de soja subiu 1,9%.
No caso do milho, os preços também animam o produtor. A área plantada cresceu 5,9% e a produção deve avançar 2,9%, para 60,3 milhões de toneladas. A Conab estima que a safra total de grãos do país deve alcançar 158,4 milhões de toneladas neste ano, 2,8% a menos do que no período anterior.
Preços em alta?
Apesar da redução da área plantada de arroz, ainda é cedo para dizer se o preço desse item básico da dieta dos brasileiros subirá em 2012.
“Os estoques de arroz do país estão altos. Na safra anterior nós tivemos dois milhões de toneladas a mais, e na atual teremos duas a menos. Uma compensa a outra”, afirma Bestetti. A saca é vendida hoje a cerca de R$ 24 no Rio Grande do Sul, ante R$ 35 em 2010.
De acordo com a Conab, a produção na safra 2010/11 chegou a 13,6 milhões de toneladas, ante as 11,4 milhões previstas para este ano. O consumo de arroz no país está estabilizado em 12,5 milhões de toneladas por ano.
Para Lucílio Alves, o recuo da produção “pode ajudar os preços”, mas a quantidade a ser colhida, somada com o arroz importado do Mercosul, tendem a jogar no sentido contrário.
“O consumo está estabilizado há cinco anos no Brasil. No ano passado, produtores tiveram de exportar produto porque a liquidez interna estava baixa”, afirmou.
No caso do feijão, apesar da menor produção prevista pela Conab (3,7%), também é cedo para prever alta de preços. Para Bestetti, o próprio dinamismo dessa lavoura, que tem várias safras no ano, ajuda a segurar as cotações.
“O país está bem abastecido. E, se houver falta de feijão, o produtor faz o plantio e eleva a oferta em poucos meses”, diz ele.
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