Confesso que meu lado obscuro se compraz com o esperneio derivado da pesquisa Datafolha que tomou de estupefação e inconformismo essa direitalha asquerosa que infecta o país.
Andei buscando as reações dessa escória e recolhi algumas pérolas.
Primeiro, as folclóricas.
Porta-voz de João Doria, Bolsonaro e Michel Temer, Joice Hasselmann desbundou e saiu logo xingando de burra a maioria esmagadora dos brasileiros que, por acaso, discorda dela. O problema é fazer isso em uma concessão pública de rádio. Mas, no Brasil, dono de meio de comunicação grande pode fazer o que quiser. Até sonegar impostos…
Já Reinaldo Azevedo, que necessita menos apresentações e é mais inteligente, não se deu nem ao trabalho de, vá lá, engendrar alguma “explicação” tosca como a de Joyce e preferiu não desqualificar a opinião da maioria sobre as privatizações e, em vez disso, dizer que erros da direita ao transformar Lula em vítima violando seus direitos – e, nisso, ele está certo – geraram rejeição à privataria.
Reinaldo está erradíssimo. Sempre houve rejeição às privatizações. Em 2015 o Datafolha já havia detectado isso, mas a primeira pesquisa que me lembro foi em 2007, do Ibope, quando mais de 60% rejeitavam privatizações. Não tem nada que ver com Lula, tem que ver com o resultado que a privataria tucana trouxe ao povo.
Mas e na Folha de São Paulo? O que o jornal disse? E seus colunistas? Nada. Não disseram nada. Nenhum editorial, nenhuma coluna, nenhum artigo. Nem no caderno de economia. Ficaram mudos.
Mas, apesar de a privataria ser odiada pelo povo, a Folha deu voz aos leitores integrantes do único (e microscópico) estrato social que curte privatizações na proporção de 55%, os que ganham mais de dez salários mínimos por mês e que não representam praticamente nada, estatisticamente, mas que, no jornal, também fizeram como os reaças famosos e xingaram o povo.
Gentinha medíocre, não?
O problema é que o povo brasileiro sabe muito bem o que são privatizações. Ao menos as tucanas.
Seja como for, a grande surpresa ficou por conta daquele que sofreu o maior prejuízo político com a tonitruante pesquisa Datafolha: Geraldo Alckmin, do PSDB, o partido da privataria tucana e quem, há pouco tempo, disse que, atualmente, privatização não seria mais “palavrão”.
A pesquisa mostrou que ele está errado. E qual foi sua reação? A que todo reacionário burro adota quando não sabe o que dizer: recorreu ao antipetismo dizendo que vai “acabar” (leia-se privatizar) a “tevê do Lula”.
Como pode um homem público dizer isso?
A EBC, a Tevê Brasil não é do Lula, é do povo brasileiro. Foram investidos recursos imensos para dar ao país uma tevê pública como a que todo país soberano tem. A Tevê Brasil inspira-se na BBC, a tevê pública britânica que tem a nobre missão de veicular informações e demais conteúdo que não interessam às tevês comerciais.
Enfim, não se poderia esperar nada melhor dessa gentinha medíocre que a cada dia que passa está sendo mais desmascarada.
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