Privatizar
as empresas do grupo Eletrobras, tais como a Eletrosul, e comprometer a
sobrevivência da Celesc, enquanto empresa pública, é mais uma das
propostas estapafúrdias do presidente entreguista. Não bastassem a
diminuição de investimentos em áreas essenciais como a saúde e a
educação, a redução de direitos imposta pela “reforma” trabalhista e
a´pretendida “reforma” da previdência; não bastassem a entrega do
pré-sal para petroleiras estrangeiras e a intenção de entregar parte da
Amazônia, agora a bola da vez é o setor elétrico.
Vital
para o desenvolvimento socioeconômico e para a soberania, o mandatário
ilegítimo quer vender as estatais para fazer caixa. Com um patrimônio
avaliado por especialistas do setor elétrico, em mais de 350 bilhões de
reais, Michel Temer pretende vender as empresas do grupo Eletrobras pela
bagatela de 20 bilhões. Como se observa, o presidente golpista é também
um péssimo negociante.
Adjetivos
à parte, diante de tantas desmedidas governamentais, o Brasil está
caminhando para trás e sob ameaça de ficar às escuras novamente. Isso
mesmo, e sem exageros! Basta voltar um pouco na história e observar o
que era o setor elétrico privado: falta constante de energia e preço da
luz cara. Ou seja, não foi por acaso que esse setor teve que ser
estatizado objetivando, de modo especial, impulsionar a indústria no
país.
Sobre
todos os aspectos, a privatização de áreas estratégicas é um péssimo
negócio para o Brasil, que já tem um alto índice de desemprego e que
tende a aumentar com a venda dessas empresas. Os chamados países
desenvolvidos, tais como os Estados Unidos, não abrem mão de manter sob o
controle estatal o setor elétrico por terem clareza de que nenhuma
nação conseguirá se desenvolver, com independência, deixando essa área à
mercê tão somente do lucro. Ou seja, é um equívoco tratar um serviço
essencial como mercadoria.
Ao
privatizar o setor energético do país, considerado um dos mais
complexos e eficientes do mundo, Michel Temer toma uma decisão de quem
não tem luz própria e age movido por outros interesses e não, de fato,
para “colocar o Brasil nos trilhos”.
Dinovaldo Gilioli
Ex-membro do Conselho de Administração da Eletrosul
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