Foto: Ricardo Stuckert |
Não é de hoje que o Partido Justiceiro – composto por setores do
Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal decididos a usar
politicamente esse Poder – tenta criar um clima de inexorabilidade
contra Lula. Sua eventual condenação é tratada como se fosse impossível
impedir que sobrevenha.
Como o PJ (Partido Justiceiro) está coligado ao PM (Partido da Mídia) na FLJ (Frente Lava Jato), esses dois atores políticos tratam de produzir essa sensação de fatalidade em relação às chances de Lula de ser absolvido em 2ª instância da condenação que sofreu em 1ª instância.
Um desses “trabalhos” de formatação de clima político foi levado a cabo por reportagem do Jornal O Estado de São Paulo assinada por um indivíduo contratado pelo jornalão para produzir material antipetista. O Repórter Ricardo Galhardo sempre tenta fazer prevalecer o melhor cenário para o patrão. Desta vez, para tanto, usou a defesa de Lula (?!)
O tal repórter da família Mesquita repercutiu suposta fala do advogado britânico Geoffrey Robertson, contratado para representar Lula no Comitê de Direitos Humanos da ONU. O ativista do Estadão afirma, na matéria, que Robertson teria dado como “certa” a manutenção da condenação do petista nas instâncias superiores.
O britânico teria dito:
“Moro e os colegas estão dizendo que ainda há recursos para Lula na Justiça. Nós estamos alegando que não há mais recursos aqui porque a Justiça do Brasil é totalmente parcial. Portanto, temos de ir às instâncias internacionais, onde há uma Justiça verdadeira”.
A partir desse ponto, a matéria tenta criar um “fato consumado” dizendo que “ao afirmar que Lula não tem mais chances de sucesso nos tribunais brasileiros, Robertson admite que o ex-presidente pode estar fora da disputa eleitoral do ano que vem”, pois “Se for condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral da 4.ª Região (TRF-4), o petista pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficar inelegível”
O repórter afirma que “O advogado britânico citou a entrevista do presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores, ao Estado para embasar sua argumentação” e lembrou que “Na entrevista”, o desembargador classificou como “irrepreensível” e “irretocável” a sentença que condena Lula.
E o repórter da família Mesquita torna a citar o advogado britânico explicando porque Lula já estaria condenado. Robertson teria dito:
“O mais ridículo é que o presidente do tribunal [TRF4] já basicamente prejulgou o Lula dizendo que a sentença do Moro é impecável. Fica nítido que o julgamento não é imparcial. É uma aberração”.
E, aí, vem o “golpe de misericórdia”. Confira, abaixo, tática para desmobilizar a militância pró Lula levada a cabo pela família Mesquita. Seu repórter escreve:
“O britânico é o primeiro no entorno de Lula a dizer publicamente que o petista não tem chances de reverter a condenação aplicada por Moro. Nas últimas duas semanas, o Estado ouviu mais de 20 advogados que atuam na Lava Jato ou acompanham com proximidade o caso de Lula. Quase todos afirmam, sob a condição de anonimato, que as chances de a Segunda Turma do TRF-4 reverter a sentença de Moro são mínimas.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, responsável pela vinda de Robertson ao Brasil, confirmou que os recursos em defesa do petista nos tribunais superiores têm sido ineficazes, mas evitou fazer críticas generalizadas à Justiça brasileira e disse que não jogou a toalha. ‘Esta sentença não tem como prevalecer. Para mim só tem uma hipótese de a decisão não ser derrubada: é se o TRF-4 decidir julgar Lula de uma forma diferente’, afirmou.”
Bem, eu posso dizer que consultei 30 advogados que atuam na Lava Jato e eles me disseram o contrário. Afinal, não tenho que provar nem explicar nada. Nem ao menos por que advogados de gente enrolada com a Lava Jato divulgariam tese derrotista para o direito de defesa a um repórter de um veículo que tem trabalhado justamente para condenar Lula a toque de caixa e sem apelação, de forma que facilitaria em muito a condenação de “bagrinhos”…
O que está acontecendo, caro leitor, é uma guerra política. O Lula das Caravanas, das entrevistas, da militância não parece achar que nem vai conseguir concorrer à Presidência ou que já jogou a toalha, certo?
O advogado britânico de Lula tem interesse em fazer prevalecer a tese de que no Brasil não há mais recurso possível para que a ONU não queira esperar que todos os recursos internos tenham se esgotado. Mas essa não é a estratégia brasileira porque ainda tem jogo pela frente.
O repórter da Família Mesquita pegou a estratégia da defesa de Lula no exterior e tentou usar como “prova” de que a Justiça vai condenar o ex-presidente em segunda instância a qualquer preço. Que nada poderia mudar isso.
É óbvio que ninguém duvida de que há em grande parte do Judiciário, do Ministério Público ou da Polícia Federal uma simpatia irresistível e até histórica a lideranças populares como Lula. E que podendo eliminar lideranças que promovam redistribuição de renda, fazê-lo é um imperativo da elite escravocrata que oprime o Brasil até hoje. Mas ela conseguir sempre o que quer são outros 500.
O que Lula está fazendo é lutar em uma guerra política. Quanto mais seu apoio aumenta, maior o risco de condená-lo sem provas, como ocorreu na segunda instância. A recente absolvição de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, pelo TRF4 porque Moro não exigiu provas dos delatores que o acusaram revela certa preocupação com a imagem…
O problema é que, quanto mais Lula se torna popular, maior é o desespero da elite escravocrata brasileira. O Partido Justiceiro, o Partido da Mídia, o Partido Branco, o Partido Indo Europeu, o Partido Militar, o Partido Empresarial, o Partido Financeiro, o Partido do Sul e do Sudeste, todos preferem a morte a ver Lula governar de novo para a ralé.
Mas quem teria que dar a cara a tapa aplicando uma condenação grotesca, sem provas, calcada em mera fofoca usada por empresários criminosos para fugirem da cadeia, será o Partido Justiceiro. Será que ele está disposto a se arriscar, inclusive, a condenação futura de seus operadores atuais por fraude processual?
A democracia será restaurada no Brasil. Com Lula seria mais rápido, mas que ninguém tenha dúvida de que se mandarem Lula para a cadeia ou se o impedirem de disputar a eleição não tendo provas para impedir que volte a governar, quem hoje e amanhã disser que vota nele irá votar em quem tomar o seu lugar na disputa eleitoral.
E o Partido Justiceiro ficará com o mico de ter condenado sem provas o político mais querido do Brasil e um dos mais queridos do mundo, segundo as sondagens da opinião pública por institutos de pesquisa. E ainda correndo o risco de a condenação em segunda instância cair no STF, o que seria a desmoralização total de magistrados que venham a violar a lei.
Como o PJ (Partido Justiceiro) está coligado ao PM (Partido da Mídia) na FLJ (Frente Lava Jato), esses dois atores políticos tratam de produzir essa sensação de fatalidade em relação às chances de Lula de ser absolvido em 2ª instância da condenação que sofreu em 1ª instância.
Um desses “trabalhos” de formatação de clima político foi levado a cabo por reportagem do Jornal O Estado de São Paulo assinada por um indivíduo contratado pelo jornalão para produzir material antipetista. O Repórter Ricardo Galhardo sempre tenta fazer prevalecer o melhor cenário para o patrão. Desta vez, para tanto, usou a defesa de Lula (?!)
O tal repórter da família Mesquita repercutiu suposta fala do advogado britânico Geoffrey Robertson, contratado para representar Lula no Comitê de Direitos Humanos da ONU. O ativista do Estadão afirma, na matéria, que Robertson teria dado como “certa” a manutenção da condenação do petista nas instâncias superiores.
O britânico teria dito:
“Moro e os colegas estão dizendo que ainda há recursos para Lula na Justiça. Nós estamos alegando que não há mais recursos aqui porque a Justiça do Brasil é totalmente parcial. Portanto, temos de ir às instâncias internacionais, onde há uma Justiça verdadeira”.
A partir desse ponto, a matéria tenta criar um “fato consumado” dizendo que “ao afirmar que Lula não tem mais chances de sucesso nos tribunais brasileiros, Robertson admite que o ex-presidente pode estar fora da disputa eleitoral do ano que vem”, pois “Se for condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral da 4.ª Região (TRF-4), o petista pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficar inelegível”
O repórter afirma que “O advogado britânico citou a entrevista do presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores, ao Estado para embasar sua argumentação” e lembrou que “Na entrevista”, o desembargador classificou como “irrepreensível” e “irretocável” a sentença que condena Lula.
E o repórter da família Mesquita torna a citar o advogado britânico explicando porque Lula já estaria condenado. Robertson teria dito:
“O mais ridículo é que o presidente do tribunal [TRF4] já basicamente prejulgou o Lula dizendo que a sentença do Moro é impecável. Fica nítido que o julgamento não é imparcial. É uma aberração”.
E, aí, vem o “golpe de misericórdia”. Confira, abaixo, tática para desmobilizar a militância pró Lula levada a cabo pela família Mesquita. Seu repórter escreve:
“O britânico é o primeiro no entorno de Lula a dizer publicamente que o petista não tem chances de reverter a condenação aplicada por Moro. Nas últimas duas semanas, o Estado ouviu mais de 20 advogados que atuam na Lava Jato ou acompanham com proximidade o caso de Lula. Quase todos afirmam, sob a condição de anonimato, que as chances de a Segunda Turma do TRF-4 reverter a sentença de Moro são mínimas.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, responsável pela vinda de Robertson ao Brasil, confirmou que os recursos em defesa do petista nos tribunais superiores têm sido ineficazes, mas evitou fazer críticas generalizadas à Justiça brasileira e disse que não jogou a toalha. ‘Esta sentença não tem como prevalecer. Para mim só tem uma hipótese de a decisão não ser derrubada: é se o TRF-4 decidir julgar Lula de uma forma diferente’, afirmou.”
Bem, eu posso dizer que consultei 30 advogados que atuam na Lava Jato e eles me disseram o contrário. Afinal, não tenho que provar nem explicar nada. Nem ao menos por que advogados de gente enrolada com a Lava Jato divulgariam tese derrotista para o direito de defesa a um repórter de um veículo que tem trabalhado justamente para condenar Lula a toque de caixa e sem apelação, de forma que facilitaria em muito a condenação de “bagrinhos”…
O que está acontecendo, caro leitor, é uma guerra política. O Lula das Caravanas, das entrevistas, da militância não parece achar que nem vai conseguir concorrer à Presidência ou que já jogou a toalha, certo?
O advogado britânico de Lula tem interesse em fazer prevalecer a tese de que no Brasil não há mais recurso possível para que a ONU não queira esperar que todos os recursos internos tenham se esgotado. Mas essa não é a estratégia brasileira porque ainda tem jogo pela frente.
O repórter da Família Mesquita pegou a estratégia da defesa de Lula no exterior e tentou usar como “prova” de que a Justiça vai condenar o ex-presidente em segunda instância a qualquer preço. Que nada poderia mudar isso.
É óbvio que ninguém duvida de que há em grande parte do Judiciário, do Ministério Público ou da Polícia Federal uma simpatia irresistível e até histórica a lideranças populares como Lula. E que podendo eliminar lideranças que promovam redistribuição de renda, fazê-lo é um imperativo da elite escravocrata que oprime o Brasil até hoje. Mas ela conseguir sempre o que quer são outros 500.
O que Lula está fazendo é lutar em uma guerra política. Quanto mais seu apoio aumenta, maior o risco de condená-lo sem provas, como ocorreu na segunda instância. A recente absolvição de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, pelo TRF4 porque Moro não exigiu provas dos delatores que o acusaram revela certa preocupação com a imagem…
O problema é que, quanto mais Lula se torna popular, maior é o desespero da elite escravocrata brasileira. O Partido Justiceiro, o Partido da Mídia, o Partido Branco, o Partido Indo Europeu, o Partido Militar, o Partido Empresarial, o Partido Financeiro, o Partido do Sul e do Sudeste, todos preferem a morte a ver Lula governar de novo para a ralé.
Mas quem teria que dar a cara a tapa aplicando uma condenação grotesca, sem provas, calcada em mera fofoca usada por empresários criminosos para fugirem da cadeia, será o Partido Justiceiro. Será que ele está disposto a se arriscar, inclusive, a condenação futura de seus operadores atuais por fraude processual?
A democracia será restaurada no Brasil. Com Lula seria mais rápido, mas que ninguém tenha dúvida de que se mandarem Lula para a cadeia ou se o impedirem de disputar a eleição não tendo provas para impedir que volte a governar, quem hoje e amanhã disser que vota nele irá votar em quem tomar o seu lugar na disputa eleitoral.
E o Partido Justiceiro ficará com o mico de ter condenado sem provas o político mais querido do Brasil e um dos mais queridos do mundo, segundo as sondagens da opinião pública por institutos de pesquisa. E ainda correndo o risco de a condenação em segunda instância cair no STF, o que seria a desmoralização total de magistrados que venham a violar a lei.
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